“É importante ter informação estruturada que nos permita tomar melhores decisões no futuro para que haja a estruturação do produto e capacidade de comunicar melhor com os clientes”, explicou o presidente da eurocidade Chaves-Verín e da Câmara de Chaves, no distrito de Vila Real, Nuno Vaz.
A apresentação pública do projeto decorreu hoje na sede do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Eurocidade Chaves-Verín, instalada na antiga alfândega espanhola, na zona da fronteira entre os dois países, e juntou responsáveis dos dois países e empresários do setor turístico.
O projeto-piloto de monitorização do destino turístico transfronteiriço está a ser lançado em dezembro e durará até outubro de 2020, sendo desenvolvido no âmbito do projeto DESTINO FRONTERA - Programa Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020, financiado com fundos do fundo comunitário FEDER, que visa implementar uma estratégia de turismo de fronteira luso-espanhol.
Para o autarca flaviense, a iniciativa tem “uma característica de singularidade” por não haver “no espaço europeu informação estatística sobre destino de fronteira”.
“Temos informações a nível nacional ou de NUT2 [região Norte, de acordo com as nomenclaturas de unidade territorial], mas falta a nível local e neste caso a nível dos dois concelhos de dois países”, vincou.
Nuno Vaz realçou ainda a importância de serem profissionais da área do turismo a intervir no projeto e a ajudar a conceber as ferramentas para identificar os turistas e as suas motivações para visitar a eurocidade.
O vice-presidente da Câmara de Verín, Diego Lourenzo, sublinhou que os dados vão permitir “aprender coletivamente” sobre a opinião dos turistas acerca da região.
“O projeto é interessante e importante enquanto metodologia de trabalho para que os profissionais do turismo possam conhecer a satisfação dos clientes no nosso território”, acrescentou.
Diego Lourenzo destacou, como fator de atração, as festas de “interesse nacional” e “impressionantes” que decorrem em Verín na altura do Carnaval (o Entrudo em Espanha), mas também as Festas de São Lázaro, a Feira do Vinho e recursos naturais e históricos que a região espanhola possui.
No lado português, Nuno Vaz lembrou a importância da água termal, mas também dos monumentos romanos, dos castelos e fortes da região, o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso ou o enoturismo e o turismo de natureza.
O responsável pelo desenvolvimento do projeto, a cargo da empresa NewThinking, Sérgio Lorga, explicou que numa primeira fase irá ser feita a medição do fluxo turístico e a caracterização dos turistas, permitindo numa segunda fase “atuar em projetos concretos para melhorar as experiências dos visitantes”.
A metodologia foi desenvolvida segundo o Sistema Europeu de Indicadores de Turismo (ETIS), em que os resultados do processo de monitorização se baseiam em autoavaliações, observações, recolha e análise de dados pelo próprio destino.
A partir das reuniões realizadas pelo grupo de trabalho público-privado de Chaves-Verín foi criado um questionário, que está disponível numa primeira fase em português e castelhano, e que estará futuramente disponível em inglês e francês, para que os turistas que visitem as cidades possam responder.
O questionário procura saber, entre outras perguntas, qual o principal objetivo da visita à localidade portuguesa ou espanhola, como o visitante conheceu o destino turístico, o seu grau de satisfação, duração da estadia e se visitou a cidade vizinha (Chaves ou Verín).
Para Sérgio Lorga, os profissionais do setor perceberam o alcance do projeto e a eurocidade pode “ganhar mais turistas, aumentar o grau de satisfação deste e trabalhar na criação de um conjunto de produtos com o que melhor tem a cada região tem para oferecer”.
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