As sete novas unidades turísticas de diferentes dimensões e tipologias previstas para Chaves podem representar um aumento de 700 camas para as 3.100 no concelho, que bateu o recorde de visitantes em 2023.
“O turismo tem sido uma mola económica muito importante para este concelho”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz.
Localizado no território do Alto Tâmega, no norte do distrito de Vila Real, o município de Chaves contabilizou 206.847 dormidas em 2023, em unidades com mais de cinco camas, retomando o crescimento gradual que vinha registando e que foi interrompido nos anos da pandemia de covid-19.
A estada média dos turistas é de 1,8 noites, a maioria é portuguesa, seguindo-se os espanhóis, franceses, brasileiros, ingleses e norte-americanos.
Atualmente, pelo concelho espalham-se 2.426 camas em unidades hoteleiras, turismo em espaço rural ou alojamento local.
“Encontram-se em diferentes estados de evolução mais um conjunto de empreendimentos turísticos que, no seu conjunto, podem fazer com que Chaves nos próximos dois anos possa ter mais 700 camas”, afirmou Nuno Vaz.
São, explicou, unidades turísticas de diferentes tipologias, algumas das quais estão em conclusão, outras em construção e outras em fase de licenciamento.
Com estas novas unidades, o autarca perspetiva um investimento que pode ascender aos “10 a 12 milhões de euros”.
“Isto diz bem da confiança que tem gerado o turismo nos empresários, muitos deles são empresários flavienses, e diz bem desta confiança, desta resiliência, determinação que muitos deles têm em acreditar que é possível termos a ambição de crescermos ainda mais no turismo”, sublinhou o presidente.
Isolino Marçal, emigrante nos Estados Unidos da América (EUA), abre em junho o resort “Pedra Pura”, que vai criar 30 postos de trabalho e reforçar a capacidade hoteleira de Chaves com 40 suítes, e aposta no conceito “farm-to-table” (do campo à mesa), possuindo uma horta biológica, vinha, olival, pomares, cozinha regional, padaria, pastelaria e uma fábrica de queijos.
Ali construiu um pequeno castelo, que já se tornou num motivo de curiosidade, e outros edifícios para alojamento, para a receção, para o restaurante, adega, garrafeira, sala de eventos e uma piscina exterior, e tem como público-alvo os turistas americanos, mas também canadianos e nórdicos.
Esbater a sazonalidade é um dos objetivos realçados pelo autarca Nuno Vaz.
“A procura hoteleira concentra-se entre abril e outubro e gostaríamos que ela pudesse ser de forma mais harmoniosa durante o ano”, frisou.
O legado romano e uma história de quase 2.000 anos da Aquae Flaviae, nome que os romanos atribuíram a Chaves, o quilómetro zero da Estrada Nacional 2 (EN2) e as termas são dos principais atrativos turísticos deste território.
Em 2023, visitaram o Museu das Termas Romanas 87.000 pessoas e as termas contabilizaram mais de 13.000 aquistas.
“Chaves tem uma importante herança patrimonial, que vem desde os romanos até à época mais contemporânea. O concelho está preenchido de muitas evidências físicas dessas várias civilizações, mas ao mesmo tempo muito bem cuidadas e também com elementos arquitetónicos verdadeiramente singulares”, sublinhou.
E os vestígios são encontrados em muitas das obras que se fazem no centro histórico.
Durante a construção do Castelo Hotel, que abriu em 2019 e tem 39 quartos, foi encontrada uma muralha, cuja réplica pintada está exposta na unidade, tal como outros vestígios romanos descobertos na cidade.
A diretora da unidade, Ana Alves, destacou precisamente a herança romana como um mote que atrai muitos visitantes, a que se juntam também os turistas que querem percorrer a EN2 até ao Algarve.
“Acho que o turismo nesta zona está a crescer muito”, realçou, sublinhando que 2024 está a correr muito bem, sem que se tenha sentido muito a sazonalidade e que a taxa de ocupação roda os 80%.
Comentários