1. O bebé não dorme a noite toda
Se o bebé não dorme a noite toda, é um bebé muito normal. Não vai dormir fora de casa também. Mas, o mesmo que fazemos em casa, fazemos em qualquer lado: levanta, alimenta, embala, volta a deitar. De manhã, os país bebem muita cafeína e vamos passear. É garantidamente melhor do que ficar em casa de pijama dias e dias e a partir a cabeça em 157 mil motivos porque o bebé não dorme.
Com o passeio, até pode ser que adormeça. Com o abanar do carro ou carrinho, sling, marsúpio, etc. - vale tudo!
2. Viajar na introdução dos alimentos
A introdução dos alimentos varia muito conforme as informações que são dadas aos pais, assim como a sua própria forma de ver o assunto e as diretrizes preconizadas em cada país.
Nos 6 meses do pequeno, fomos ao Brasil, tinha acabado de começar com puré de legumes e banana, maçã e pouco mais. Dizia o folheto que recebemos do Centro de Saúde que só a partir dos 12 meses se poderia dar frutas tropicais… e nos países tropicais como fazem?
Pensámos: em Roma, sê Romano. Hoje come papaia, daqui a 2-3 dias come ananás, e por aí fora. Muita melancia e muitos biberons de água de coco. E quem sabe se não é por isso que, hoje em dia, adora fruta.
Em qualquer lado também se pode pedir para fazer uma sopa, com instruções simples: cozer 1 batata, 1 cenoura, 1 outro legume, sem sal ou pouco sal e sem especiarias, reduz a puré, e assim sai uma sopa. É mais saudável do que comer sopas ou puré de compra já feitos. Mas não “vem mal ao mundo” ou se arranja uma doença incurável por comer uma vez essa sopa do pacote.
No Brasil, onde nós estávamos, só havia dessas comidinhas de bebé já prontas, em farmácias, eram caras e era preciso receita do médico.
A menos que vão para um local onde não haja um mercado, uma panela ou bebés, não vemos nenhum problema.
3. Viajar no decorrer do desfralde
Quando marcámos a viagem à Malásia, o nosso filho ainda usava fralda. Um mês depois, quis deixar e nós não estávamos preparados. Mas também não íamos desmarcar e perder o dinheiro dos voos.
Solução: muitos pares de cuecas, muitos pares de calções e muito xixi ao ar livre!
Também comprámos uma coisa que achámos muito prático e que usámos muito: um bacio portátil. Leve, serve de bacio com o saquinho plástico e abre e faz de redutor. Fecha tudo e cabe na mochila.
4. Viajar de avião faz mal aos ouvidos do bebé
Mal não faz, mas se estiverem com o nariz ou vias respiratórias obstruídas pode causar desconforto (tal como os adultos). Este desconforto é facilmente atenuado, colocando o bebé a mamar, com chucha ou a beber de um biberon.
A maior parte das companhias aéreas autoriza viagens a partir das 2 semanas de vida.
Até cerca de 12kgs (depende da companhia aérea), os bebés podem viajar tranquilamente em alcofas, deixando os braços livres aos pais. Depende da disponibilidade do lugar e do tipo de avião.
5. O bebé fica muito cansado
Sim, eventualmente fica. E tal como nós adultos, fica cansado, descansa e recupera. Ir para um Centro Comercial a um domingo de chuva é muito cansativo, e todas as pessoas vão.
6. É tanta logística que não sei por onde começar
Em 5 passos:
O primeiro passo é a decisão de ir. Quando temos a certeza do que queremos, a logística ajusta-se facilmente.
Segundo, escolher o local. Ajustar ao gosto dos pais e com o mínimo de infraestruturas que sejam prioritárias para si.
Terceiro, fazer um seguro. Não dá para facilitar, desde uma gastroenterite ou um corte no pé, é melhor prevenir.
Quarto, fazer a mala e não esquecer as coisas importantes do bebé. Sem tentar levar a casa atrás das costas.
Quinto, sentido prático e sorrir! Aproveitar esses dias ao máximo.
7. E se não há a marca de fraldas que o bebé utiliza
Levar um pacote dos grandes, se tiver mesmo que ser e tiverem espaço nas malas. Há outras marcas em todo lado, igualmente boas e que servem o mesmo propósito.
8. As crianças vão faltar a escola
Até aos 5-6 anos nem sequer isso seria um pensamento que nos viesse à cabeça. As experiências e estar a tempo inteiro com os pais valem muito mais do que qualquer escola.
Depois de começar o 1º Ciclo têm sempre as férias escolares. E, como é óbvio, as empresas de turismo não andam a dormir e nesta altura é tudo muito mais caro. Ainda não chegámos a essa fase, mas conhecemos outros pais que viajam com regularidade e, sem nenhum stress, combinam com os professores adiantar as matérias durante aquele tempo que vão estar fora e tudo corre lindamente. Voos longos são óptimos para ver a matéria, e ficar logo com o assunto arrumado.
9. Não vou descansar nada e não vou desfrutar nada
Nós não desfrutamos nada ao deixar o pequeno em casa com avós. Já o fizemos uma vez, um fim de semana. Não vamos dizer que foi horrível, nada disso. Mas a sensação de desconforto ganhou. E acreditamos mesmo que as crianças absorvem muito das experiências, das comidas, das pessoas, da diferença que é estar em casa na sua rotina ou de férias sem os mesmos hábitos.
Tal como em casa, eles também dormem a sesta e nós, descansamos, dormimos e lemos.
Não é necessário ser "master "do sentido prático. Ninguém nasce ensinado e pode-se sempre mudar os planos.
Se não correu muito bem, há mais oportunidades. As crianças também precisam de aprender.
Com o passar do tempo e mais passeios, torna-se mais fácil e descomplicado.
A diversão vem de nós mesmos. É uma opção pessoal, querer ficar aborrecido com um cocó nos calções da piscina ou fazer disso um motivo de galhofa.
10. Não há dinheiro para viagens
Há quem ache que estamos muito bem financeiramente para poder passear algumas vezes por ano. Errado. O nosso orçamento familiar é bem normal para um português mediano, a pagar casa, carro, criança em infantário e, infelizmente, alguns contratempos de saúde.
Viajar para nós é uma questão de prioridade. E a prioridade de cada um, é uma questão muito pessoal. Por exemplo, é para muita gente prioritário, ter um carro grande para levar toda a gente do ponto A para o ponto B muito confortáveis, assim como o triciclo, patins, pranchas, cadeirinhas, trotinete, o T-Rex, e a pista dos Monster Machines. E nós adoraríamos ter um carro desses. Mas não é prioritário. É mesmo só isso.
Há uma lista de sítios que gostaríamos de visitar. Há um orçamento, um plano e algumas dicas que ajudam:
- Supermercado: o grande vilão das famílias e para onde vai a grande parte do dinheiro. Fazemos ementas semanais e assim só lá vamos uma vez e trazemos tudo. Vamos com uma lista, os supermercados são muito bons a fazer-nos sentir necessidades que não sabíamos que tínhamos.
- Restaurantes: raramente.
- Roupa: o estritamente necessário.
- Mulher a dias: quinzenal. Se puserem o dinheiro num mealheiro na semana em que fizerem as limpezas, no fim do ano têm 624€= 24€x26semanas. Que já dá para uma viagem.
- Economize de uma forma geral: não vá passear aos centros comerciais, isso leva a compras. Não compre 1000 brinquedos às crianças, além de não valorizarem, brincam sempre com o mesmo, o preferido. Ande mais a pé, até melhora a saúde.
- Vá ao ginásio no horário "off-peak" ou vá correr ao ar livre. Troque livros com os amigos e familiares.
- Precisa mesmo de 180 canais, se só vê o Panda e as notícias? E as notícias pode ver no computador.
- Guarde os subsídios de férias e Natal, para quem ainda os têm. Aqui em casa só um recebe.
No meio disto tudo, não sentimos a falta de nada e somos felizes.
Vão, sejam muito felizes, desfrutem! Um dia, os vossos pequenos viajantes não vão querer ir convosco, vão querer descobrir o mundo sozinhos.
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Artigo originalmente publicado no blogue Onde andam os Duarte?
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