Com isto no pensamento, os pais querem dar a melhor educação possível, acesso a escolas de referência, centros de estudos, ATL, explicadores, materiais de boa qualidade, atividades extra curriculares que desenvolvem outras competências, como exercício físico, música ou ioga. E claro que tudo tem um preço bastante alto, e os pais são obrigados a trabalhar muitas horas.
Veem os filhos na hora do jantar, os fins-de-semana passam a fugir entre trabalhos de casa e supermercado, e restam as férias para salvar um ano de correrias. Restam as férias para conversas longas, dias sem horários, atenção redobrada, brincadeiras e sonos longos.
O que acontece se as férias dos pais não coincidem com as dos filhos? Estará certo faltar às aulas para fazer uma viagem?
Até à criança entrar para o 1º ciclo não existe problema e por esta altura já deu para verificar as vantagens de viajar, de estar em contacto com outras culturas, comidas e cheiros. Esta oportunidade de aprendizagem única é algo que a escola não consegue oferecer.
O tema deixa de ser consensual quando recai sobre o aluno a responsabilidade de conseguir apanhar os conteúdos das aulas que perdeu. Pais e professores nem sempre estão de acordo.
Em Portugal, há um limite para as faltas injustificadas por cada ano letivo: são 10 dias no 1º ciclo do ensino básico e o dobro das horas semanais para cada disciplina nos restantes anos.
Mas o problema não são as faltas injustificadas, são as épocas em que as famílias decidem viajar.
Viajar na época das férias escolares é, também, significativamente mais caro, impossibilitando os pais de optar por esta altura do calendário.
Qual a solução?
Depende de vários fatores.
Se os professores concordarem que viajar é uma oportunidade única para estreitar laços familiares, aumentar a autoestima e motivação dos alunos, assim como é também uma forma de aprender geografia, história ou biologia. E, desta feita, só poderão regressar descansados e com mais interesse. Então, os professores combinam com os pais as épocas em que não há testes e ainda indicam quais as matérias a estudar e trabalhos a fazer.
No caso dos alunos de sucesso, com boas notas e que nunca faltam, não existe, de facto, um grande argumento para se dificultar a vida à família. Os professores entendem perfeitamente a importância do tempo familiar nas sociedades modernas.
Tudo perfeito.
Se não houver consenso entre os pais e os professores, recai nos pais a responsabilidade de perceber se os benefícios das férias são superiores. Aqui também depende muito da criança e do seu desenvolvimento.
Todos os pais concordam que uma criança que está em época de testes e se sente perdida quando regressa não é criança para se tirar da rotina no meio das aulas.
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Portanto tudo depende de… tudo!
Existem crianças que se adaptam facilmente e até aproveitam as horas de avião para olhar para a matéria, outras deixam tudo em casa para regressar de energias redobradas.
Existem pais que relativizam, confiam nos benefícios de viajar fora das épocas altas e tudo decorre sem grande disrupção escolar.
Existem também pais que optam por encontrar as opções mais baratas para se fazerem acompanhar pelos filhos nas férias. Nunca descartando a hipótese de viajar, mas adaptando destinos e valores financeiros. Desta forma garantem que eles nunca faltam a nenhuma aula.
E existem ainda as crianças que não querem viajar na época das aulas. Sim, existem. Se tiverem um grande sentido de responsabilidade e sentirem stressadas ao regressar com o sentimento que perderam algo importante. Preferem não ir e cabe aos pais aceitar e arranjar outra solução.
São as famílias que decidem o que é bom para si, analisando as vantagens e as desvantagens. Assumir uma posição por vezes não é fácil e devem sempre procurar nos professores um apoio para poderem depois ajudar no acompanhamento dos trabalhos.
Existem sempre épocas escolares com dias em que já pouca coisa acontece, os testes já passaram e muitas vezes só adiantar a partida da viagem dois dias pode fazer toda a diferença nos preços. E tudo corre bem.
Bons passeios!
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