Com esta pergunta, começa o rol de desculpas: estou demasiado endividado; o meu dinheiro voa e eu nem sei para onde; gasto todo o dinheiro em comida; não consigo resistir às lojas de roupa; o dinheiro vai todo para infantários, contas e atividades extra curriculares... um sem número de razões.
E, a menos que o dinheiro que sobra, vá (infelizmente) para tratamentos médicos, nós respondemos: ainda não tornou prioritária uma atividade que o faz sentir-se feliz.
Uma vez que não controlamos o que o nosso patrão nos paga, podemos ainda controlar o que gastamos. Já dizia Henry Ford: “não ficamos ricos com o que ganhamos, mas sim com o que não gastamos“, e aplica-se a tudo cá em casa, excluindo as despesas médicas.
Como poupar para viajar em família?
1. Prioridade e simplicidade
São a base desta ação de economizar para viajar.
Se as viagens estão no topo das prioridades, logo depois das necessidades básicas e de educação, ter uma vida simples ajuda muito.
Não estamos a falar de viver como um monge, ou sem ter alguns luxos, mas sim de tentar poupar 10-12% do salário para este fim:
- Jantar todos dias fora, ou algumas vezes por mês em restaurantes caros, é um luxo que nós não achamos uma prioridade. Toda a gente sabe quanto custa comer fora. Levar uma marmita para o trabalho, hoje em dia muito comum, já é uma grande ajuda, na carteira e na saúde.
- Evitar passear em centros comerciais.
- Fazer ementas mensais e ir ao supermercado o menor número de vezes possível.
- Vender tudo o que não faz falta. Para quê ter tudo guardado a ganhar pó? É bom reciclar e ainda se faz uns trocos. Hoje em dia, não faltam meios na internet para o fazer.
- Comprar coisas em segunda mão. Especialmente as muito caras, como carros, motas, computadores, etc.
- Dividir as grandes despesas anuais, como o seguro do carro ou o IMI em 12 meses e mensalmente deixar o valor num envelope. Assim quando chega o mês da prestação, não somos apanhados desprevenidos e é só pegar no envelope e pagar, sem prejuízo para a poupança mensal.
- Comprar os voos em promoções. Para isto é necessário haver alguma flexibilidade de datas e o dinheiro "à mão" já poupado com essa ideia. Os voos são a maior parte das vezes, a fatia maior dos custos das viagens. E quando a família aumenta, ainda cresce a fatia. Já não são só 2 voos, são 3, 4, ou 5. Tudo a multiplicar: voos, passaportes, seguros de viagem, malas, vistos, vacinas, etc.
2. Mealheiros
Agora que já conseguimos poupar os 10% do salário, onde os vamos guardar?
Há quem tenha várias contas bancárias e até trate de tudo online e nunca lhe passa o dinheiro pelas mãos, para não haver tentações. Há quem guarde debaixo do colchão, com medo dos bancos falirem.
Nós gostamos mesmo do velhinho mealheiro, sem chave e uma só abertura. Porque gostamos da surpresa de o abrir.
3. Viajar para destinos baratos
De que nos serve viajar para a Suécia e depois não conseguimos provar a comida, porque, em média, um bife com batatas e uma cerveja custam 50€?
Isto não acontece se viajarmos para países onde o custo de vida é bem mais baixo como o Vietname por exemplo. Onde os mesmos 50€ dão para comer toda a semana.
O mundo é muito grande e há milhares de lugares bem acessíveis.
4. Apontar as despesas
Serve a quem nunca sabe para onde foi o dinheiro.
Ver os gastos esparramados numa folha tem maior impacto do que ver o saldo da conta. E dá para ver, passado algum tempo, a uma distância emocional de segurança, onde foram efetuados os gastos desnecessários.
Há imensas aplicações, hoje em dia, para este efeito.
Não é necessário apontar os 0.50€ do café, mas os gastos maiores faz todo o sentido.
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Artigo originalmente publicado no blogue Onde andam os Duarte?
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