A Croácia é um dos principais destinos turísticos da Europa mas, com a pandemia, passou a depender dos nómadas digitais que contribuem dinamicamente para a economia e dão um novo impulso à indústria de viagens.

Melissa Paul, uma consultora de marketing norte-americana, tornou-se a primeira nómada digital oficial do país. "A Croácia é linda, é lindo morar aqui, é acessível em comparação com outros lugares, tem um clima excelente e bom acesso à Internet”, explica Melissa Paul à AFP. Até o momento, o governo croata aprovou 33 vistos e os ministros esperam que a ideia ganhe força assim que as restrições de viagens forem aliviadas.

Apesar do turismo ter sofrido um duro golpe, o empresário holandês Jan de Jong, a viver na Croácia, não acredita que a reputação turística do país irá desaparecer devido à pandemia. O empresário usou as redes sociais, no ano passado, para pedir ao primeiro-ministro Andrej Plenkovic para criar um programa de vistos e, seis meses depois, o programa de vistos tornou-se realidade.

“A Croácia de modo geral, especialmente na combinação de factores, oferece uma experiência única”, diz o empresário, destacando a paisagem, as ligações com o resto da Europa e o estilo de vida mediterrâneo.

Natural dos Estados Unidos, o criador de conteúdo Steve Tsentserensky chegou ao país após anos a viajar pelo mundo. Depois de viver Nova Zelândia, Ucrânia, França e Itália, além de trabalhar em navios de cruzeiro, Steve apaixonou-se pelo “ritmo de vida” croata. “Não é como se todos estivessem com pressa”, disse ele à AFP. “As pessoas trabalham e também podem aproveitar a vida.”

Melissa Paul também enfatiza que os estrangeiros levam experiência e conhecimento que podem ajudar a comunidade em geral. Essa ideia é o que motiva o empresário Jan de Jong, que espera que a influência dos trabalhadores digitais estrangeiros possa ajudar os jovens croatas, muitos dos quais desejam deixar o país.

Porta-voz do ministério do turismo disse à AFP que os trabalhadores digitais podem tornar-se os melhores promotores do país, ao espalharem a palavra para os seus pares. No entanto, é necessário que a Croácia se mantenha competitiva já que outros países, como a Estónia por exemplo, já lançaram programas semelhantes para atrair nómadas digitais.