O chafariz é de estilo gótico, foi construído no século XIV e agora está em destaque numa praça do centro histórico.
Tem vários brasões reais e parte da estrutura ainda é a original. A base é de pedra e a parte superior é de alvenaria e corresponde a obras mandadas fazer por D. Manuel no séc. XVI.
Na altura em que foi construído foi inovador em termos arquitectónicos porque tem uma planta hexagonal quando o hábito era ser rectangular ou quadrada.
O local onde foi colocado correspondia a uma das portas da cidade.
Na rua há vestígios das muralhas que foram entretanto descobertas quando da construção de um prédio.
O Chafariz dos Canos está classificado como Monumento Nacional e esteve a funcionar quase sete séculos. Deixou de ter água potável há alguns anos por motivos de racionamento da água. A fonte está fora da cidade.
A água é transportada num aqueduto que domina a paisagem urbana numa das entradas de Torres Vedras e depois é canalizada e foi este o motivo porque foi designado Chafariz dos Canos.
O chafariz abastecia a população mas os presos que estavam no rés do chão dos Paços do Concelho queixavam-se de que não lhes era dada água. O edifício não está longe do chafariz mas nem assim era abastecida a cadeia.
Conforme conta Paulo Ferreira, técnico de Turismo da Câmara Municipal, os presos revoltaram-se várias vezes e num dos motins provocaram um incêndio que destruiu uma parte significativa do arquivo de Torres Vedras.
A cidade ficou sem registos e os presos ficaram com água porque o rei D. José mandou construir um outro chafariz anexo aos Paços do Concelho e que ainda lá está.
A sede do município e a cadeia já mudaram de instalações e o prédio funciona agora como um centro cultural e de turismo.
O vereador que roubou o pelourinho
Ainda bem que os Paços do Concelho estão noutro local. É uma medida preventiva para evitar uma outra iniciativa radical que ocorreu no Largo do Município no século XIX.
O pelourinho, do século XVI, estava no centro da praça, em frente aos Paços do Concelho.
Numa visita Torres Vedras a rainha D. Maria e a comitiva real não podiam cruzar a praça porque o pelourinho impedia a passagem do coche real. Um vereador resolveu o problema durante a noite. Fez desaparecer o pelourinho que só muitos anos depois foi encontrado a fazer de parede numa habitação.
A parte recuperada do pelourinho voltou à praça mas num lugar mais discreto.
O motim da água e o misterioso desaparecimento do pelourinho de Torres Vedras faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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