Numa manhã de domingo, em junho, uma multidão de fotógrafos juntou-se no topo do Parque Eduardo VII para registar um acontecimento especial nos céus de Lisboa. O Tiago Lourenço estava lá e conta-nos como conseguiu fazer uma fotografia à altura do momento.

Fotografia e texto por Tiago Lourenço

O evento anunciado para aquela manhã de domingo levou-me ao Parque Eduardo VII. Assinalavam-se os 650 anos da aliança luso-britânica.

Num voo conjunto, os F-16 da Força Aérea Portuguesa e dos “Red Arrows”, esquadra da Royal Air Force conhecida pelas suas acrobacias aéreas, atravessariam o rio Tejo, a Avenida da Liberdade e o Parque Eduardo VII, em Lisboa.

Vários eram os populares, de telemóvel ou máquina fotográfica em punho, que no cimo do Parque aguardavam pelo momento. Percebi que fotografar junto ao aglomerado de pessoas iria resultar num registo fotográfico muito semelhante a todos os outros, e que, além da distância para a estátua do Marquês, não justificava incluir na fotografia a totalidade do jardim. Assente nesta ordem de ideias, procurei uma posição mais próxima da estátua do Marquês e encontrei um enquadramento mais favorável.

Mesmo tratando-se de uma passagem aérea a velocidade mais reduzida, era fundamental captar o “instante decisivo”. Ao meu olhar, o alinhamento da estátua do Marquês de Pombal com o rasto dos aviões, seria o mais adequado para um bom resultado final.

Fiz apenas 2 fotografias, sendo que, à passagem dos aviões, todos se viraram para seguir os seus rastos, à exceção do Marquês de Pombal, que continuou firme, sereno e vigilante sob a cidade e o Tejo.

Desde criança que gosto de ver e fazer fotografias. Sempre me senti confortável com a tarefa de registar os momentos em família, as viagens ou eventos com amigos, porém só explorei outros horizontes com a entrada das máquinas fotográficas digitais e a amizade do Mestre Idálio, um experiente fotógrafo que partilhou o seu conhecimento e material comigo.

Gosto do planeamento e do desafio da composição. Gosto do raciocínio que a fotografia compreende (abertura, velocidade, ISO), mas o que mais gosto mesmo, é quando penso numa fotografia e pelo caminho cruzo o meu olhar com outros assuntos que se traduzem na fotografia do dia.

Sou autodidata, o que não me impediu de já ter vencido um concurso fotográfico, e procuro aprender com todos. Gosto de ler sobre as histórias por trás das fotografias e sobre composição fotográfica, por isso, cedo percebi que um pequeno raciocínio antes do clique final (por exemplo, horizonte direito, regra dos terços, mudar de ângulo, etc.) pode atribuir à fotografia um resultado final capaz de surpreender qualquer um. Boas fotografias!

Obrigado, Tiago! Podem espreitar mais das suas fotografias aqui.

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