Foi um gigante porque não só tirou o burel do esquecimento como deu uma nova vida e modernidade a um tecido que não é fácil de conjugar no universo da moda. Miguel Gigante é natural da Covilhã, herdou da família o saber e o contacto com uma matéria-prima nobre. Um contacto que nunca perdeu e sempre gostou de experimentar.
Mesmo quando trabalhava na industria da moda, com outro tipo de materiais, foi gradualmente atraído pela “expressão plástica do burel, das características do tecido”. Ainda nas palavras de Miguel Gigante a sua relação com o burel foi sempre de modo natural.
Na experiência da industria da moda foi influenciado pelo tecido para chegar à obra final e não o contrário. “Com o burel seria escusado. Não se é bem sucedido se o burel fica refém da silhueta ou do croqui."
Miguel Gigante também não ficou refém da produção convencional. A sua criatividade, através da lã, estende-se a uma grande diversidade de produtos. Vestuário, chapéus e objectos decorativos.
No entanto, procura sempre salvaguardar a natureza da matéria-prima principal: “sendo um tecido em pura lã, uma matéria-prima nobre, temos de ter cuidado na conjugação com outros materiais. Um botão, bordados ou arte aplicada. É preciso respeitar o que já existe, a tradição.”
A inovação, a criatividade e a qualidade da matéria-prima projectaram o seu trabalho a nível internacional.
O atelier de Miguel Gigante é na Covilhã e muitas das suas criações podem ser vistas no New Hand Lab.
É também aqui que se inspira e desenvolve pojectos experimentais.
A New Hand Lab é uma antiga fábrica de lanifícios na Covilhã que, a seu modo, também passa por um arrojado processo de modernização.
Miguel, Gigante no Burel faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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