![Estes burros anão da Graciosa têm sotaque italiano](/assets/img/blank.png)
O lugar fica num ambiente calmo, entre o verde do pasto e o oceano Atlântico que fica mesmo ao lado.
São todos exemplares do Burro Anão da Graciosa, uma raça autóctone reconhecida há três anos.
![Burros Anão da Graciosa Burros Anão da Graciosa](/assets/img/blank.png)
Caracterizam-se por serem baixos. A altura média pouco ultrapassa um metro e é por esse motivo que são chamados de burro anão. A pelagem é parda e ruça e a maioria tem a marca da lista crucial.
Foi o próprio Franco Ceraolo que impulsionou o levantamento e o reconhecimento da raça de burros da Graciosa. Preside à Associação de Criadores e Amigos do Burro Anão da Ilha Graciosa que procura evitar a extinção nos Açores.
Apesar de alguns ainda serem utilizados na agricultura, há menos de uma centena de exemplares na ilha quando há um século atrás havia mais de um milhar.
![Burros Anão da Graciosa Burros Anão da Graciosa](/assets/img/blank.png)
Não foi apenas aqui que se registou a diminuição significativa do número de burros. Teve a ver com uma profunda alteração na agricultura. As plantações e a mecanização. Por exemplo, há mais de um século a Graciosa tinha uma agricultura muito diferente. Não eram apenas pastos. Havia muitas plantações de cereais e os burros eram o “motor da economia” porque faziam o transporte e lavravam.
![Burros Anão da Graciosa Burros Anão da Graciosa](/assets/img/blank.png)
Quando Franco Ceraolo chegou à Graciosa, em 2000, constatou que eram as pessoas de idade que tinham os burros, o que aumentava o risco de os animais deixarem de serem utilizados.
Curiosamente também notou a semelhança com os burros da Toscana, onde costumava visitar a avó. Franco confirmou as parecenças com o envio de fotografias. Tal como o seu amigo que conseguiu evitar o desaparecimento dos burros na Toscana.
![Burros Anão da Graciosa Burros Anão da Graciosa](/assets/img/blank.png)
Franco também se lançou num projeto com o mesmo objetivo. Tem uma criação de burros. Já tem 15 exemplares e deseja aumentar o número.
Por outro lado, com a criação dos burros, procura-se dar continuidade a uma das referências da ilha Graciosa que era conhecida como a “ilha dos burros”. Em 1926, segundo um documento que Franco recolheu e que faz um levantamento estatístico, a Graciosa tinha 6.806 habitantes e 1.164 burros.
![Burros Anão da Graciosa Burros Anão da Graciosa](/assets/img/blank.png)
Faziam parte do quotidiano e até se organizavam passeios para se visitar a ilha. Chamavam-lhes as “burricadas”. De certa forma é este o grande objectivo de Franco Ceraolo. O regresso do burro anão da Graciosa ao quotidiano da ilha. Deseja também estimular o contacto dos mais novos com esta raça que é muito mansa e caminha devagar. Adequada para passeios.
![Burros Anão da Graciosa Burros Anão da Graciosa](/assets/img/blank.png)
E como aparece Franco Ceraolo na Graciosa? É cineasta, “percorreu mundo e gostava de viver numa ilha”. Viveu em vários arquipélagos italianos mas ficou desagradado devido à pressão turística no verão e ao abandono no inverno. Procurou alternativa e por mero acaso ouviu falar nos Açores. Foi a uma livraria especializada em guias de turismo procurar uma publicação sobre os Açores e não encontrou. Ficou contente, era o que desejava. O passo seguinte foi descobrir os Açores e a Graciosa. Retirou-se da indústria do cinema mas continua a produzir e um dos filmes que realizou é sobre a Graciosa.
Burros Anão da Graciosa com sotaque italiano faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
Comentários