Com os dias quentes consolida-se o processo de evaporação da água nos tanques da marinha do Canto, a unidade que se preserva e mantém a funcionar, das mais de 50 marinhas do Samouco, no concelho de Alcochete.
Segundo André Baptista, educador ambiental, a Fundação para a Proteção e Gestão Ambiental, preserva “a única salina ativa no Tejo.
Chegou a ser o maior produtor nacional de sal. Mantemos a salina e remontamos aos tempos antigos já que produzimos de forma artesanal como era feito há centenas de anos.”
Na visita às salinas, que podemos fazer na companhia de André Baptista, descobrimos ainda, no imenso universo de canais, tanques e comportas, como se produz o sal.
E começa nesta altura, consolidada a evaporação, podemos ir rapar sal. “Quem nos visita no verão, estando os salineiros a produzir, a rapar sal, se a pessoa quiser, após um breve ensinamento, pode meter mãos à obra. Rapar um pouco do sal tradicional ou da apanha da flor do sal.”
Podemos ainda circular junto às salinas, deslumbrarmo-nos com a beleza natural ou sentir o relaxe quando observamos o permanente vaivém de carros na ponte Vasco da Gama que é vizinha da marinha do Canto.
Quem gosta de fotografia tem oportunidades fantásticas com as aves a refletirem-se nas salinas que funcionam como verdadeiro espelho de água.
A marinha do Canto e a casa do sal ficam próximas de um dos extremos do complexo do samouco que atinge 360 hectares.
É um santuário para dezenas de espécies de aves que em algumas épocas do ano se juntam aqui aos milhares. A diversidade biológica e a experiência de caminharmos por áreas naturais, às portas de Lisboa, propiciam uma sensação de refúgio. É, por isso, um lugar muito procurado por famílias.
Por outro lado, a preservação das salinas e do meio ambiente traduz-se também nas qualidades do sal. “É um sal rico porque preserva as propriedades de água marinha. Tem iodo, potássio, magnésio e cálcio. Isso reflete-se num produto muito mais saudável do que o tradicional sal refinado.
Sem dúvida que é um produto muito interessante porque é produzido em pouca quantidade, numa reserva natural e o dinheiro reverte para a conservação da natureza.”
Realizam-se visitas guiadas, mas também podemos seguir por nossa conta os trilhos que estão marcados. O indicado é, no mínimo, três horas, para a descoberta das Salinas do Samouco.
Está a chegar a altura de irmos rapar sal nas salinas do Samouco. faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
Comentários