De norte a sul, passando pelas ilhas, Portugal conta com centenas de geossítios, lugares de interesse geológico, com particularidades científicas. Muitos destes locais ganharam também protagonismo turístico por proporcionarem paisagens verdadeiramente únicas.

Portas de Ródão

As Portas de Ródão são uma ocorrência geológica natural, localizada nas duas margens do Tejo, nos concelhos de Vila Velha de Ródão e Nisa. Trata-se de uma imponente garganta escavada pelo rio Tejo na crista quartzítica da serra do Perdigão, que criou um estrangulamento no curso da água com 45 metros de largura.

Portas de Ródão
Portas de Ródão Portas de Ródão créditos: CM Vila Velha de Ródão

Ponta de São Lourenço

A Ponta de São Lourenço é o extremo mais oriental da ilha da Madeira, ocupando nove quilómetros de comprimento, em forma de península. Engloba um conjunto de oito locais com interesse geológico que apresentam elevada diversidade de aspetos, essencialmente de natureza estratigráfica, tectónica, vulcânica, geomorfológica, litológica e sedimentológica.

Ponta de São Lourenço
Ponta de São Lourenço Ponta de São Lourenço créditos: Diego Delso / Wikipedia

Buracas do Casmilo

As Buracas do Casmilo são uma interessante formação geológica que pode ser visitada no concelho de Condeixa-a-Nova. Ladeada por grandes escarpas, esta formação geológica corresponde ao que resta de várias salas de uma gruta existente no interior do monte, resultando do abatimento da parte central de uma conduta que deixou a descoberto as suas partes laterais extremas.

Buracas do Casmilo
Buracas do Casmilo Buracas do Casmilo créditos: CM Condeixa-a-Nova

Vale Glaciar do Zêzere

Com 13 quilómetros de extensão, ostenta inigualáveis belezas geológicas, como as austeras rochas graníticas dos Cântaros, Magro, Gordo e Raso (a 1.928 metros de altitude). O Vale Glaciar do Zêzere, instalado numa importante falha, é um dos melhores exemplos de como os glaciares modelaram a paisagem: a forma em "U" deve-se à maciça presença de gelo no cimo da montanha, criando como que uma cúpula de onde vertiam “línguas” para os vales periféricos.

Vale Glaciar do Zêzere
Vale Glaciar do Zêzere Vale Glaciar do Zêzere créditos: Sérgio Santos / Flickr

Arribas do Douro

É em Trás-os-Montes, já a chegar na fronteira com Espanha, que o Douro assume um cenário mais selvagem, marcado por altas arribas de uma grande riqueza geológica e que impressionam pela grandiosidade que conferem à paisagem.

Arribas do Douro
Arribas do Douro Arribas do Douro créditos: Facebook Município de Miranda do Douro

Ponta da Ferraria

A Ponta da Ferraria é uma fajã lávica (ou delta lávico) localizado na freguesia dos Ginetes, concelho de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores. Esta formação geológica é constituída por um promontório com origem em erupções vulcânicas primordiais na formação geológica da ilha, mas também por manifestações vulcânicas recentes que deram origem a novos fenómenos.

Ponta da Ferraria
Ponta da Ferraria Ponta da Ferraria créditos: José Luís Ávila Silveira / Pedro Noronha e Costa / Wikipedia

Ponta da Piedade

A Ponta de Piedade é um acidente geográfico perto da cidade de Lagos, Algarve. É composta por um cabo rodeado por várias formações rochosas do tipo falésia, com até cerca de 20 metros de altura, sendo um dos pontos turísticos de maior interesse turístico da região.

Ponta da Piedade
Ponta da Piedade Ponta da Piedade créditos: Theo Crazzolara / Flickr

Fisgas do Ermelo

As Fisgas de Ermelo constituem o local mais emblemático da área protegida Parque Natural do Alvão. São uma das maiores quedas de água da Europa, com um desnível de cerca de 400 metros, assentes em rochas quartzíticas com aproximadamente 480 milhões de anos. Foi a fraturarão destas rochas duras que permitiu que o Rio Olo nelas se tenha “enfisgado”. A visão que se tem a partir do Miradouro das Figas do Ermelo é de tirar o fôlego.

Fisgas do Ermelo
Fisgas do Ermelo Fisgas do Ermelo créditos: CM Mondim de Basto

Pico de Ana Ferreira

Nesta antiga pedreira do Pico de Ana Ferreira, na ilha do Porto Santo, observa-se uma disjunção prismática com colunas quase perfeitas. Esta estrutura foi originada pelas tensões de contração que se geraram durante o arrefecimento do magma no interior de uma conduta vulcânica. A rocha resultante do magma consolidado (mugearito), por ser mais resistente do que as rochas encaixantes, sobreviveu à ação erosiva, enquanto o material à sua volta foi desaparecendo ao longo do tempo.

Pico de Ana Ferreira
Pico de Ana Ferreira Pico de Ana Ferreira créditos: geodiversidade.madeira.gov.pt

Parque Icnológico de Penha Garcia

A história do Parque Icnológico de Penha Garcia remonta há 480 milhões de anos, quando a região era banhada por um oceano cheio de vida. Atualmente, é visível uma sucessão desses fundos oceânicos transformados em camadas quartzíticas verticais pautadas de fantásticos vestígios da atividade das trilobites (cruziana) e outros seres marinhos.

Parque Icnológico de Penha Garcia
Parque Icnológico de Penha Garcia Parque Icnológico de Penha Garcia créditos: Geopark Naturtejo

Garganta do Cabril do Ceira

Este acidente geográfico em plena Serra da Lousã cria um cenário dramático. O rio Ceira passa por uma garganta estreita de quartzitos, abrindo-se, depois, numa piscina natural. Toda a envolvência natural deste lugar que ainda permanece selvagem é um convite à contemplação.

Garganta do Cabril do Ceira
Garganta do Cabril do Ceira Garganta do Cabril do Ceira créditos: andarilho.pt

Poça Simão Dias

A poça Simão Dias fica localizada na Fajã do Ouvidor, uma das maiores fajãs lávicas da ilha de São Jorge, Açores. Esta piscina natural caracteriza-se, a nível geológico, por exibir disjunções prismáticas nas suas arribas mergulhantes. Uma disjunção prismática, como a que podemos observar na poça Simão Dias, é um conjunto de grandes colunas verticais de basalto que estão relacionadas com contrações que se geram no seio das escoadas lávicas, aquando do arrefecimento e solidificação da lava.

Poça Simão Dias
Poça Simão Dias Poça Simão Dias créditos: Explore São Jorge