Por Sofia Baptista Soares

Em 2015, quando a Mariana viajou até à Polónia, para fazer Erasmus, foi carregada de "malas infinitas". Em 2021, sem a ansiedade das primeiras viagens, e com mais expetativa em relação ao que levaria consigo na volta, encheu apenas uma pequena mochila para a Grécia, onde procurou mais uma experiência de voluntariado e descoberta de outra cultura.

Como fazia voluntariado de segunda a sexta-feira, os fins de semana estavam reservados para conhecer a capital grega. Com mais de 3 mil de anos de história, Atenas possui uma riqueza histórica e monumental que atrai pessoas de todo o mundo e.. amantes de gatos. Logo no primeiro dia, depois de uma visita a Acrópole, constatou que Atenas é "a cidade dos gatos".

Um gato em Atenas
Um gato em Atenas

A Mariana deixou-se envolver pela cidade, as pessoas e as tradições. O primeiro fim-de-semana foi passado a conhecer a praia de Vouliagmeni, localizada num dos subúrbios mais privilegiados de Atenas. Onde quer que fosse, todavia, não conseguia deixar de ver o símbolo inextinguível da cidade: “É surreal estar sempre a ver a Acrópole, porque passas muito tempo a estudar a cultura grega na história, o seu impacto na democracia, e depois vês aquilo diariamente”, conta.

O centro da cidade desperta atenção e curiosidade a qualquer pessoa, por isso não faltaram passeios por alguns dos seus obrigatórios pontos de interesse: Monastiraki (um dos mais conhecidos mercados de rua de Atenas), Plaka (um bairro charmoso na sombra da Acrópole) e, claro, a Praça Sintagma, uma das mais icónicas da capital grega.

Quase a terminar a sua estadia, a Mariana mudou-se da zona de Sygrou Fix para Omonia, um bairro conhecido pela sua arte de rua, muito associado às manifestações anarquistas e, em geral, uma das zonas mais caricatas de Atenas.

Sobre as pessoas que conheceu, a Mariana diz ter sentido que a simpatia não é sempre automática, mas que até isso faz parte do carácter curioso desta cidade. As suas impressões mais marcantes dizem respeito àqueles com quem trabalhou na sua experiência de voluntariado: "Convivi com muita gente cujo dia de amanhã não está nas suas mãos, e não há maior impotência. Não foi Atenas que me mostrou isso, mas sim as pessoas que Atenas recebe".

Se estás a pensar fazer voluntariado noutro país, toma nota:

• As respostas nem sempre são as mais evidentes. Procura aquilo que gostavas de fazer e onde gostavas de ir.
• Planeia a viagem à tua medida e deixa-te envolver pela experiência.
• A bagagem de volta vai ser sempre maior que a de ida. Leva o essencial.
• O desconforto e o desafio vão fazer parte da tua aventura, mas estamos cá para te ajudar.

Fotografias de Mariana Bernardo e texto de Sofia Baptista Soares, voluntária da Associação Gap Year Portugal.