Uma profunda harmonia. O novo com o tradicional. O betão com as zonas verdes. A inovação com o conservadorismo.
Singapura é referência na Ásia.
Uma visita obrigatória e fácil para qualquer turista, apesar de não ser um destino barato.

Singapura
Sands bay créditos: Who Trips

É verdade que é uma das cidades mais caras em todo o mundo, mas deve estar igualmente no topo em termos de qualidade de vida.
Alguns locais manifestaram-me o orgulho de viver numa cidade que se revela fascinante.

A conjugação do antigo com o moderno é muito bem conseguida.
O forte traço da colonização britânica é perceptível em muitos locais.
Os ingleses estiveram aqui mais de 200 anos e Singapura tornou-se independente em 1963.
O governo local teve a inteligência de preservar muitos dos prédios coloniais e transformá-los em edifícios públicos. 
É o caso do Parlamento, um  complexo de edifícios coloniais rodeado de um lindo jardim. Hoje é um museu.

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Casas na Little India créditos: Who Trips

Os materiais e as cores típicas das casas de traça colonial fazem um vivo contraste com uma cidade moderna.
Arranha céus povoam a ilha mas, no dia a dia, sente-se a rotina tradicional, os hábitos dos chineses, malaios e indianos.
São a grande maioria dos quase 5 milhões de habitantes de todo o estado.
Nas ruas sente-se a azáfama da cidade sem, no entanto, se verificarem fortes constrangimentos.
Circula-se à vontade e há parques e zonas verdes em muitas partes de Singapura. Chamam-lhe "A cidade jardim".

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Jardins num prédio créditos: Who Trips

Até em muitos prédios modernos é frequente encontrar pequenos jardins.
Do 15º andar do meu hotel vi um parque lá ao longe. Depois, com mais atenção, reparei que o verde deste parque se misturava com um jardim, com várias árvores,  que estava no topo de um prédio.

A zona ao lado do rio é ampla, concebida para se percorrer a pé.
Para se verem os mercados com produtos frescos, os templos budistas, as tendas com venda de comida nas ruas, especialmente fritos…
Há vários canais de água e pequenos barcos de transporte de mercadorias.
Uma diferença assinalável comparativamente a outras cidades é o respeito pelas normas.
A confusão habitual e a indiferença em relação a códigos ocidentais, típica de alguns países asiáticos, não se verifica em Singapura.
Sinais de trânsito são respeitados. Fumar só em lugares destinados a esse fim. Chicletes não há. Pouco ou nenhum lixo na rua. Os peões não atravessam a estrada sem estar a luz verde acesa.
Só na Litlle India é que estas normas são violadas com alguma frequência.
Sente-se a segurança. Há muitas pessoas a passear. Pode-se andar a pé sem qualquer receio. 
Algumas lojas e restaurantes estão abertos até tarde, em particular de indianos e árabes. São todos muito simpáticos.

Singapua
Singapura créditos: Who Trips

A marina é deslumbrante.
As torres da Marina Bay Sands são dos edifícios de arquitectura moderna mais bonitos que vi até hoje.
É um espanto para todos os visitantes.
Dos vários pontos da baía, há sempre objectivas viradas para as torres do hotel.
A construção do barco na parte superior da estrutura, com árvores, é inesquecível.

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Espetáculo na Sands bay créditos: Who Trips

Fiquei até à noite e assisti a um espectáculo sobre a água.
Repuxos onde se refletia a luz e funcionava como tela para projecções de desenhos com crianças e alguém a cantar What a wonderful world. Lindo.

Muita gente a assistir, mesmo em frente ao centro comercial, num espaço que funciona como auditório ao ar livre.

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Fullerton hotel créditos: Who Trips

Mesmo em frente, toda a baía cintila com as cores dos prédios. Os altos e modernos, como também os de arquitectura colonial.
 É o caso do Fullerton Hotel.
O hotel e o restaurante, elegantes e reservados para algumas carteiras.

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ARTSCIENCE Museu créditos: Who Trips

O Museum of Art and Science é também muito interessante e invulgar. Fica, no entanto, asfixiado pelas torres do hotel e pelas enormes galerias comerciais.
O centro comercial é luxuoso, com enormes tapetes e um rio artificial no meio.
De uma das partes laterais pode-se aceder ao topo. Tem uma vista geral do interior e passagem para o exterior, para o hotel.
Quando o relógio marca 22h, ainda há muita gente na rua. Pessoas a passear, a fazer jogging… Outros seguem aprumados para algum jantar de cerimónia. A cidade, com os enormes prédios iluminados, parece não adormecer.

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Chuva intensa créditos: Who Trips

A temperatura é agradável.
O único problema de Singapura é a chuva frequente. Por vezes muito forte, com trovoadas de arrepiar os medrosos.
O percurso ao lado do rio é muito bonito. Uma das caminhadas pode ser com início na Clarke Quay e seguir em frente até à marina.

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Percurso ao lado do rio créditos: Who Trips

A vista é ampla porque há jardins e parques enormes num dos lados.
Há ainda edifícios antigos como é o caso do Asian Civilisations Museum, o The Arts House e o Parlamento. Alguns destes espaços são ponto de encontro durante a noite e há sempre gente a passear nos parques.
Pequenas pontes iluminadas acrescentam um ambiente ainda mais agradável.
Uma das zonas mais concorridas é a Boat Quay, com numerosos restaurantes, bares e locais de massagens.
Alguns dos restaurantes têm esplanadas junto ao rio. Estão iluminadas. Dão brilho e colorido ao rio de água castanha que, por vezes, é atravessado por pequenos barcos de cruzeiro e à noite parecem centrais eléctricas com a profusão de luzes.

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Zona comercial Bugis créditos: Who Trips

Os centros comerciais, de grandes dimensões, proliferam por toda a cidade e são muito frequentados por locais.
Mulheres bonitas, cuidadas, com roupas e comportamentos mais próximos do Ocidente do que em muitas outras cidades asiáticas. Aderiram, contudo, ao consumo de fast-food.
Em algumas ruas, além dos centros comerciais, há zonas de venda ambulante, contrafação de óculos, relógios, bugigangas e souvenirs.
Em Bugis, mesmo ao lado de um templo, há uma rua repleta de vendedores.

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Sri Mariamman créditos: Who Trips

Uma das visitas obrigatórias é à Chinatown. Em particular ao templo de Sri Mariamman. Não deixam tirar fotos.
O espaço interior é amplo e tem inúmeras estátuas de divindades hindu.
É também imperativo um passeio pelas ruas de Chinatown. Casas antigas pintadas com grande diversidade de cores. Em tons vivos. O rés-do-chão é para lojas e restaurantes.
As ruas estão repletas de pessoas, muitos turistas e vendedores ambulantes.
Há ruas comerciais onde se vende de tudo e ornamentadas com objectos tipicamente chineses.

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Chinatown créditos: Who Trips

Andei pela rua Pagoda, Temple, Mosque (ao lado há uma pequena mesquita com paredes de cor verde) e na Sago.
Neste percurso encontra-se uma praça, a Kreta Ayer, onde idosos jogam às cartas.
Em frente há um mercado fechado. O segundo piso surpreende, um vasto espaço todo preenchido com restaurantes, como se fosse a área de restauração de um centro comercial. Numerosas mesas e cadeiras na zona central. Mas à chinesa.

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Buddha Tooth Relic Temple & Museum créditos: Who Trips

Daqui até Sago é um instante. Vale a pena para ver-se o museu e o templo budista. Chama-se Buddha Tooth Relic Temple & Museum.
Tem um vasto salão, decorado com três estátuas enormes que captam de imediato a atenção. O tecto é trabalhado, com candeeiros. Todo o material é em madeira.
Do outro lado existe uma sala, com outras divindades.
Muitos dos locais vão fazer as suas orações sem se importarem com a presença de turistas.
É ainda possível percorrer os corredores lateriais, no segundo piso, onde estão expostas fotos e estátuas. Deste patamar tem-se uma vista global do salão principal.
No terceiro piso há uma outra exposição sobre as figuras mais relevantes do budismo em Singapura.

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Zona malaia créditos: Who Trips

Uma outra zona marcadamente cultural é a de influência malaia e árabe. Não é muito grande. Fica a nordeste de Bugis.
Começa-se logo a perceber o território mal nos aproximamos.
Tal como na Chinatown, as casas mantêm a traça colonial. A explicação é simples, o forte desenvolvimento da cidade levou a uma renovação urbana. Os bairros mais pobres, como os habitantes tinham poucos recursos, não sofreram essa transformação e, entretanto, começaram a ser preservados.

Esta zona tem também um imenso colorido das casas. As ruas são mais estreitas do que na Chinatown mas circula-se bem porque não há vendedores ambulantes e todo o espaço é muito cuidado.
O comércio é tipicamente árabe, com muitos cafés e restaurantes que são frequentados por turistas.
A rua Arab Street é destacada nos guias mas gostei mais da Haji Lane. Menos comercial, mais informal e variada, com comerciantes sentados às portas. Gente jovem.

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Malay Heritage Centre créditos: Who Trips

O Malay Heritage Centre fica em frente da Kampong Glam. A zona histórica dos malaios em Singapura, onde foi construída a habitação do sultão. O espaço é um centro cultural, pode ser visitado e tem várias exposições permanentes.
O lugar mais relevante é a Sultan Mosque, que fica mesmo ao lado. É grande e os seus minaretes são visíveis de quase todas as ruas. 
O acesso ao público termina às 16h.

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zelador de um templo na Little India créditos: Who Trips

A Little India também não é longe de Bencoolen. Deu para ir a pé a partir do Íbis.
Há várias casas com arquitectura colonial.
São pequenas, de madeira.
Há uma mansão linda, construída ao estilo chinês. Foi recuperada e tem tons vivos. Cada parede tem várias cores, as janelas também, e as persianas são de madeira.

A Little India é muito parecida com os outros bairros antigos. A principal diferença – e é bem perceptível – é o lixo e a ausência do cumprimento de regras, como fumar em qualquer lugar.
O comércio é misto. Indianos e chineses.
As ruas estão repletas de lojas. As artérias centrais são mais largas e o comércio mais variado. Há muitas ourivesarias de chineses. Os indianos preferem a electrónica.
Fora das zonas centrais, as ruas são mais estreitas, o ambiente é um pouco mais desorganizado e há várias lojas de especiarias e bens alimentares. São muitos os locais a fazerem compras nestas ruas.

Em pequenas travessas domina o comércio de rua.

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templo hindu na Little India créditos: Who Trips

Numa destas ruas destaca-se mais um templo hindu. Muito bonito.
Em redor do templo, há lojas de flores e é frequente ver homens a trabalhar as pétalas, com uma técnica milenar dos hindus, muito elaborada, para fazerem colares.
Cada um demora uma eternidade e tem centenas de pétalas.

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Flores para ritual religioso créditos: Who Trips

Vale ainda a pena visitar o mercado. É mesmo ao lado, na rua principal, em direção ao centro de Singapura e tem uma estação de metro.
No piso térreo, vendem peixe, carne e vegetais. No piso superior, a maior parte das lojas é de roupa e arranjos de vestuário e vêem-se homens em pleno labor à máquina de costura.
Ninguém se incomoda com os turistas. Assistem com alguma indiferença à passagem dos visitantes.

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Jogo de luz na Sands bay créditos: Who Trips

Informações úteis:

Existe uma grande variedade de alojamentos. Na maior parte do casos, os preços não são baratos.
O metro pode ser o transporte preferencial dentro da cidade. Grande parte dos percursos são feitos facilmente a pé.
As pessoas são prestáveis e rapidamente o visitante pode esclarecer dúvidas. Muitos dos locais falam duas línguas e o inglês é a mais comum.

Singapura
Metro de Singapura créditos: Who Trips

O transporte para o aeroporto pode ser feito de metro. Tem apenas de se mudar de estação para se ir para o centro da cidade.
Há também um autocarro que percorre os principais hotéis. Quando do regresso ao aeroporto, convém dizer com antecedência no hotel que se quer utilizar o autocarro. A forma mais fácil é de táxi. São cerca de 30 dólares de Singapura o que não é muito tendo em conta a distância, cerca de 20km.

Singapura tem numerosas lojas de conveniência, mas encontram-se os mesmos produtos a preços muito mais baixos em supermercados. Há muitos e estão, habitualmente, no piso térreo de centros comerciais.
Há muitos ATMs e o uso de cartão de crédito não está sujeito a impedimentos.

Obrigatório: levar capa ou guarda-chuva. São intensas as chuvadas. Mas não desespere, meia hora depois o céu volta a abrir.

Fumar: na verdade, o que Singapura exige é civismo. Nada tem a ver com políticas fortemente restritivas. Não senti a angústia de fumar: "como vou conseguir se não me deixarem fumar?!" Nada disso. São muitos os sítios onde se pode fumar. Em quase todos os locais onde se concentram pessoas há um espaço com um cinzeiro onde se pode fumar. Não se incomodam os outros e o lixo é muito menor.