Spoiler alert: a realidade ultrapassará sempre o que vê no digital. Ver as árvores da pequena ilha começarem a ficar preenchidas pelos guarás que ali vão passar a noite é surpreendente.

Começamos por parar a uma certa distância do lugar onde os guarás vão dormir para não interferir e estragarmos a dinâmica destes pássaros. Aguardamos em silêncio e sorrimos ao avistarmos no céu os primeiros guarás a procurar pouso. Imediatamente a seguir surgem mais e mais. Quando damos por nós, os ramos já não são verdes, mas sim vermelhos e é incrível.

Em silêncio, observamos os guarás a “arrumarem-se”. Distinguimos os mais novos dos mais velhos pela cor. Explica-nos o nosso guia, Renato, da empresa MB Turismo, que o tom tão vermelho se deve à alimentação dos guarás - camarão e caranguejo. Por isso, os guarás domésticos não ficam tão vermelhos. Só no Delta é que encontramos guarás com um tom encarnado tão vivo.

Findo o espetáculo, chega a hora de regressar.  

O “Passeio Revoada dos Guarás” acontece todos os dias no Delta por volta das 17 horas (hora local) que é quando o sol se começa a pôr.

Durante a viagem, podemos apreciar a paisagem e macacos bugios a descansar ou, se forem pequenos, a brincar pelas árvores.

A maioria dos passeios iniciam-se entre as 15h00 e têm como ponto de partida o Porto dos Tatus na Ilha Grande de Parnaíba.

Sabia que o Delta do Parnaíba foi descoberto por um português?

Terá sido o explorador português Nicolau de Resende, no século XVI, a registar, pela primeira vez, o Delta do Paranaíba. Acredita-se que a descoberta de Nicolau tenha sido ao acaso após o navio que comandava, carregado de ouro, ter naufragado naquela zona.

Motivado a encontrar o tesouro perdido, o navegador português acabaria por ficar 16 anos na região. Sabe-se que não recuperou o ouro — há quem ainda hoje sonhe em encontrá-lo —, no entanto, encontrou um tesouro maior: o Delta do Parnaíba que é o terceiro maior delta de mar aberto do mundo.

O Delta do Parnaíba resulta de um raro acidente hidrográfico, ou seja, antes de desaguar no Oceano Atlântico, a foz do rio Parnaíba ramifica-se criando vários braços, existindo entre estes mais de 70 ilhas que ocupam uma área de cerca de 2700 quilómetros quadrados.

O nome delta deve-se ao facto da forma do rio ramificado lembrar a quarta letra do alfabeto grego: ∆.

Também em mar aberto, existem mais dois deltas no mundo: o do rio Nilo, em África, e o do rio Mekong, na Ásia.

Saiba que mais pode fazer no Piauí aqui.

O SAPO Viagens visitou o Piauí a convite do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e da VBRATA (Visit Brazil Travel Association)