1. Torre de Londres
A Torre de Londres, situada na capital inglesa, é um castelo construído por Guilherme, o Conquistador, o duque da Normandia que invadiu Inglaterra e foi coroado rei. A Torre Branca começou a ser erguida em 1070 para servir de residência ao monarca, mas ao longo dos tempos, os sucessivos reis foram construindo outros edifícios que compõem o complexo agora chamado de Torre de Londres.
A partir do século XIII a Torre de Londres transformou-se numa prisão e passou a ser um local de tortura e morte, já que ali foram executados vários prisioneiros. A Torre Verde é o local onde decorreram os assassinatos de várias pessoas notáveis, incluindo as rainhas Anne Boleyn e Catherine Howard, duas das esposas do rei Henrique VIII. Diz-se que o fantasma de Anne Boleyn, que foi decapitada em 1536 acusada de traição ao rei, costuma vaguear, com a cabeça pela mão, pela capela onde foi enterrada, (Royal Chapel of St. Peter ad vincula) junto ao local onde foi executada. Mas ela é apenas um dos muitos fantasmas que alegadamente assombram a famosa Torre de Londres, pois há outros prisioneiros que também ali foram mortos cujas assombrações são frequentes.
Para quem não acredita em fantasmas há, ainda assim, alguns pormenores assustadores neste que é um dos monumentos mais visitados de Londres. O Portão dos Traidores, um enorme portão em carvalho e ferro é assim chamado por ser a porta de entrada dos prisioneiros para o interior da Torre. A Torre Sangrenta alberga uma exposição que explora o lado negro deste castelo onde decorreram muitas mortes e assassinatos. A Torre Beauchamp tem também uma exposição focada nas experiências e relatos de alguns prisioneiros. Existe ainda uma outra exposição de apresenta uma coleção nacional de armas e armaduras.
2. Cemitério Père Lachaise, Paris
Quando o cemitério Père Lachaise abriu em Paris, em 1804, ficava longe da cidade e, por esse motivo, não atraía muitos funerais. Para aumentar a sua popularidade, os seus administradores desenvolveram uma estratégia que consistiu em transladar para o novo cemitério os restos mortais de dois famosos cidadãos Franceses: o poeta e autor de fábulas La Fontaine e o dramaturgo Molière. Poucos anos depois repetiram o feito, desta vez com outras duas figuras: o casal Ábelard e Héloíse protagonistas de uma história de amor proibida que não teve um final feliz. Somente quando os restos mortais do casal foram transladados para o cemitério houve uma união póstuma, que permitiu que ambos permanecesse lado a lado por toda a eternidade. Esta operação de marketing por parte da administração do Père Lachaise foi um sucesso, pois não tardou a que muitos quisessem ser ali enterrados junto dos famosos.
Atualmente os restos mortais de cerca de 3 mil pessoas repousam neste cemitério de Paris, bem como as cinzas de muitas outras que optaram pela cremação. Alguns dos defuntos ali sepultados são mundialmente famosos como os escritores Balzac e Oscar Wilde, o compositor Chopin, o músico Jim Morrison ou a cantora Edith Piaf. No canto sudoeste encontra-se a Parede dos Communards (denominação dos apoiantes da Comuna de Paris, o primeiro governo operário da história), que recorda os 147 Communards que foram assassinados no último dia da Semana Sangrenta, que culminou com a queda do governo liderado pela Comuna de Paris.
O Père Lachaise é apelidado pelos parisienses de Cidade dos Mortos, porque tem uma grande dimensão e tem mesmo avenidas devidamente identificadas pelo nome, ruas empedradas, árvores e cerca de 70 mil monumentos fúnebres que são autênticas obras de arte e que lhe dão uma atmosfera romântica. Alguns dos túmulos são graciosos, outros assustadores e outros ainda que são bizarros, mas todos eles contam uma história.
3. Castel Sant’Angelo, Roma
O Castel Sant’Angelo foi mandado construir em Roma no ano 139 AD pelo imperador Adriano, com vista a albergar as suas cinzas e as dos seus sucessores. O imperador acabou por morrer um ano antes da construção estar finalizada, mas o mausoléu cumpriu o propósito inicial e recebeu as cinzas do soberano. Durante mais de 200 anos o edifício serviu de sepulcro à família do imperador Antoninus Pius, o sucessor de Adriano. Mas durante a idade Média o castelo tornou-se o foco de uma disputa entre duas poderosas famílias Romanas, até que o Papado tomou posse do mesmo no século XIII.
Depois de realizadas várias modificações o castelo passou a ser um abrigo defensivo para os Papas em tempos de perigo. Foi por essa altura que foi construído o Passetto di Borgo, uma passagem fortificada que liga Sant’Angelo ao Vaticano. Mas os Estados Pontifícios, (território na região centro da Península Itálica, que funcionava sob autoridade direta do Papa e que existiu muito antes da formação da Itália como país que conhecemos hoje), também usaram o castelo como prisão. Durante esse período as execuções realizavam-se na pequena praça existente no interior do edifício. Foi nesse cenário negro que o compositor Giacomo Puccini se inspirou para criar o terceiro e último ato da ópera mundialmente famosa - Tosca. Esta ópera conta a história de um amor trágico entre Tosca e o seu amado Mario Cavaradossi, vítimas de infames intrigas políticas durante a Roma pós-revolucionária. Mário foi feito prisioneiro e executado no Castel Sant’Angelo e quando Tosca percebe que o seu amor morreu, também ela prefere morrer e suicida-se atirando-se do topo do castelo.
4. Covent Garden, Londres
Covent Garden é uma das zonas mais antigas da cidade de Londres. Escavações revelaram vestígios de ocupação Romana desde o século I. O nome Covent Garden referia-se ao jardim do convento ali existente, mas após a dissolução dos mosteiros, em 1540, foi construída uma grande praça. A Igreja de São Paulo, conhecida como “igreja dos atores” foi o primeiro edifício a ser construído e é também a peça central da praça, inspirada em algumas das grandes piazzas Italianas e que teve uma influência significativa no planeamento moderno da cidade de Londres. No entanto, gradualmente, esta zona tornou-se mal reputada devido ao aparecimento de tabernas, teatros e das prostitutas que habitavam na área. No século XVIII Covent Garden era um bem conhecido bairro de prostituição, o que levou o parlamento a aprovar um ato para controlar a zona. Hoje em dia em Covent Garden cerca de 60 bares e 13 teatros.
Existem vários mistérios envolvendo este pequeno bairro de Londres, no qual, alegadamente, algumas coisas estranhas acontecem depois do anoitecer. São muitas as histórias de fantasmas e assombrações. Há quem diga que alguns atores já falecidos têm por hábito regressar aos seus teatros favoritos para assustar o público. E parece que o almirante Lord Nelson (oficial da Marinha Real Britânica que se destacou nas Guerras Napoleónicas) também costuma fazer aparições fantasmagóricas!
5. Conciergerie, Paris
A Conciergerie, em Paris, é um palácio construído na Idade Média, que entre os séculos X e XIV serviu de residência aos reis de França, que a partir daqui governavam o país. Em 1358 a família real trocou este palácio pelo do Louvre (atual museu do Louvre), mas o edifício manteve as suas funções administrativas, incluindo a chancelaria e o parlamento. A ala norte albergava a Conciergerie (que deu nome ao palácio) assim chamada por ser onde morava o concierge: um alto oficial do reino responsável por manter a ordem, controlar as forças policiais, registar os prisioneiros e cobrar impostos.
Em 1391 o edifício foi convertido em prisão. A prisão albergava tanto criminosos como presos políticos, mas as comodidades e o tratamento dado aos prisioneiros variava consoante o estatuto, a condição financeira e os contactos - privilegiados ou inexistentes. Alguns presos tinham a sua própria cela, com cama, secretária e material para ler e escrever. Outros dormiam no chão, sobre palha, no escuro, em celas húmidas e infestadas de vermes. Outros ainda, eram simplesmente esquecidos, deixados ali para morrer.
Durante a fase mais sangrenta da Revolução Francesa e durante um período de dois anos, a Conciergerie serviu de casa ao Tribunal Revolucionário. Tribunal esse que enviou perto de 2600 prisioneiros para a guilhotina. Muitos deles, antes de serem decapitados na agora chamada Place de la Concorde sofreram, nesta prisão, excruciantes torturas tais como serem queimados com óleo a ferver ou com chumbo derretido. Entre os prisioneiros que aqui passaram os seus últimos dias, há alguns famosos, como é o caso da rainha Maria Antonieta condenada à guilhotina por traição. Hoje em dia este palácio é Património Mundial da UNESCO e é possível visitar a antiga prisão.
6. Catacumbas de San Callisto e San Sebastiano, Roma
As Catacumbas de San Callisto e San Sebastiano em Roma surgiram da necessidade dos cristãos terem um lugar para serem sepultados. No século I, numa época em que os cristãos eram perseguidos em Roma, não tinham os seus próprios cemitérios. Aqueles que possuíam terras eram enterrados nelas, mas os outros eram sepultados em grandes necrópoles públicas, juntamente com pagãos. A partir do século II os cristãos começaram então a enterrar os seus defuntos em galerias escavadas debaixo da terra e assim nasceram as catacumbas.
A maior parte das catacumbas de Roma foram criadas nas imediações da Via Appia (uma das estradas principais da antiga Roma), porque ficava longe da cidade e fora das muralhas defensivas. Mas também porque as cavernas e os túneis previamente usados nas minas ali existentes proporcionavam já espaço para receber as urnas. No entanto, estas catacumbas eram mais do que meras sepulturas – as criptas eram decoradas com relíquias, com pinturas e frescos, estátuas e mosaicos. E existiam também igrejas construídas debaixo de terra, o que fazia das catacumbas uma espécie de cidades subterrâneas.
Quando os Bárbaros invadiram Roma, saquearam muitos lugares, inclusive as catacumbas. E depois de repetidas pilhagens, os Papas ordenaram a remoção de relíquias dos mártires, que por razões de segurança foram transferidas para várias igrejas espalhadas pela cidade. Com o tempo as pessoas deixaram de visitar as catacumbas até que estas ficaram completamente abandonadas. À medida que os anos foram passando, a vegetação cresceu e cobriu as entradas destes locais e os Romanos acabaram por esquecer a sua localização. Somente no século XVI começaram a ser exploradas e redescobertas.
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