Para quem procura um destino mediterrânico, Malta é uma excelente opção para umas férias inesquecíveis. Existem voos diretos de Lisboa e do Porto, uma viagem que demora aproximadamente três horas.
Em Malta há várias opções de transporte, de autocarros a tours organizados e passeios de barco. Eu optei por alugar um carro para ter mais flexibilidade, mas tenham atenção que em Malta se conduz do lado esquerdo (ao contrário de Portugal) e preparem-se para enfrentar algum trânsito, sobretudo na época alta.
Recomendo pelo menos uma semana para visitar tudo o que Malta tem para oferecer, não só na ilha principal, mas também nas ilhas de Gozo e Comino. Deixo-vos a minha sugestão de oito lugares imperdíveis para visitar em Malta, que capturam a essência da beleza e da herança histórica e cultural deste país insular do Mediterrâneo.
Mdina
Talvez por ter sido a primeira cidade que visitei em Malta, ou porque é de facto um local incontornável na ilha, Mdina foi um dos pontos altos da minha viagem. Apelidada de "Cidade Silenciosa", e tendo sido considerada Património Mundial da UNESCO, Mdina foi a antiga capital do país e situa-se muito perto de Rabat, outra cidade que vale também a pena visitar.
Com uma história milenar e influências tão diversas como fenícias ou árabes, muitos dos edifícios que encontramos atualmente na cidade remontam à época medieval. Ao entrarmos na cidade fortificada, passamos pela impressionante Porta de Mdina, construída no século XVIII. Vale a pena percorrermos as ruas estreitas e labirínticas, que nos transportam para o passado, e descobrirmos os seus recantos escondidos e as portas trabalhadas e floridas que conduzem a pátios e jardins interiores onde o tempo parece parar.
Não percam locais históricos como a Catedral de São Paulo, a Igreja Carmelita, o Palácio Falson ou as Masmorras. Mdina foi também palco das filmagem da famosa série televisiva Game of Thrones, nomeadamente de algumas cenas de King’s Landing.
Marsaxlokk
Marsaxlokk, uma típica vila piscatória no sudeste da ilha de Malta, é um local obrigatório para descobrir a cultura e as tradições locais. Vale a pena passear pelo porto pitoresco caracterizado pelos barcos coloridos tradicionais, os luzzus. Não percam a oportunidade de saborear peixe ou marisco frescos num dos muitos restaurantes situados no porto, com vistas privilegiadas para o mar. Visitem a distinta Igreja Paroquial que domina o horizonte da vila, bem como o Forte Delimara.
St. Peter’s Pool
Perto de Marsaxlokk, encontrarão uma das atrações mais famosas de Malta, uma piscina natural com águas cristalinas, situada entre rochas e falésias. Os mais aventureiros poderão saltar para a piscina natural, uma atividade muito popular no verão, mas que requer algum cuidado. Em alternativa, existem escadas esculpidas nas rochas que dão acesso direto ao mar. Na época alta, a área de St. Peter’s Pool pode ficar facilmente lotada, pelo que aconselho a visita de manhã cedo. A área de falésias envolvente é também espetacular.
Popeye Village
Localizada perto da Baía de Mellieha, a Popeye Village foi construída em 1980 como cenário do filme Popeye e é hoje uma atração famosa na ilha. Esta vila com pitorescos edifícios de madeira que nos remetem para um universo de fantasia, tornou-se entretanto um parque de diversões que permite visitar o cenário das filmagens e oferece atividades aquáticas e uma zona de praia. Da falésia em frente à vila têm-se as melhores e mais emblemáticas vistas da Popeye Village.
Comino e Blue Lagoon
Um dos cartões de visita de Malta é sem dúvida a Blue Lagoon, Lagoa Azul, em Comino, uma pequena ilha situada entre Malta e Gozo. De um azul turquesa claro quase irreal e águas quentes e cristalinas, a beleza da Blue Lagoon é inegável.
Existem tours de barco de um dia para Comino a partir de várias localizações de Malta, que param também noutros locais do arquipélago e são uma excelente opção para conhecer as ilhas de uma perspetiva marítima. Em alternativa, é possível apanhar um ferry do Terminal de Cirkewwa, que leva os visitantes diretamente à Blue Lagoon. O trajeto é bastante cénico, passando por impressionantes falésias e grutas.
Recomendo chegar o mais cedo possível a Comino no verão, preferencialmente num dos primeiros barcos a chegar à ilha. Sendo um dos locais mais visitados em Malta, a Blue Lagoon fica frequentemente lotada.
Para além da Blue Lagoon, existe do outro lado de Comino uma praia não tão conhecida, mas por isso mesmo mais tranquila, a Baía de Santa Maria. Para lá chegar pode fazer-se uma caminhada de menos de meia hora ou apanhar um transfer de jipe que demora cerca de cinco minutos. Embora não tenham a cor espetacular da Blue Lagoon, as águas da Baía de Santa Maria são límpidas e convidativas. Desta praia pode apanhar-se diretamente o ferry de regresso à ilha de Malta.
Gozo
Sendo a segunda maior ilha do país, Gozo é uma excelente opção para um passeio de um dia a partir de Malta, ou mesmo para se ficar alojado alguns dias, se o tempo permitir. A forma mais fácil de chegar a Gozo é apanhar um ferry no Terminal Marítimo de Cirkewwa, um trajeto que demora cerca de meia hora. Quem tiver alugado um carro pode transportar a viatura no ferry, o que é bastante conveniente para depois explorar a ilha.
Comecem a visita a Gozo por Victoria, a sua capital. Passeiem pelas ruas e praças típicas do centro. Existem muitos restaurantes onde é possível apreciar uma refeição tradicional, e inúmeras lojas para comprar artesanato e souvenirs.
Dirijam-se depois à Cidadela, a parte antiga da cidade fortificada, situada na zona mais alta de Victoria, que remonta à época medieval. Deambulem pelas suas ruas estreitas, subam às muralhas para as melhores vistas da ilha e visitem a Catedral da Assunção.
Após explorar Victoria, percorram o interior da ilha até ao Santuário de Ta Pinu, uma das 46 igrejas de Gozo. Este santuário foi construído no século XX em frente a uma capela onde se diz que uma moradora local ouviu a voz da Nossa Senhora de Ta Pinu, e o local tornou-se um centro de peregrinação.
Continuem a vossa jornada em Gozo em direção às Salinas de Xwejni, situadas na costa norte da ilha. Com formações rochosas únicas, as salinas naturais são um ponto de visita obrigatório na ilha.
Terminem o dia com uma pausa refrescante na Baía de Ramla e desfrutem de uma das melhores e mais extensas praias do arquipélago, com areia de uma tonalidade alaranjada. Por fim, apanhem o ferry de volta a Malta ao final do dia e serão recompensados com a beleza do sol a pôr-se no Mar Mediterrâneo.
St. Julian’s Bay e Sliema
Próximas de Valletta, a capital de Malta, St. Julian’s Bay e Sliema são duas zonas de praia com muitas opções de hotéis, restaurantes, bares e lojas, sendo uma boa escolha para se ficar alojado em Malta. Ambas as áreas são bastante movimentadas e animadas, especialmente à noite, uma vez que são também famosas pela vida noturna.
Fiquei alojada em St. Julian’s Bay, com belas vistas para a baía e para os típicos barcos de pesca coloridos. Esta é uma zona muito agradável para passear ao longo da baía, durante o dia e à noite. Caminhando, em cerca de 10 minutos chega-se a Sliema.
Valetta
Deixei o melhor para o fim, porque nenhuma visita a Malta está completa sem conhecer Valletta, a sua deslumbrante capital. Mesmo sendo considerada uma das capitais mais pequenas do mundo, com menos de um quilómetro quadrado, tem muito para oferecer aos visitantes e uma rica história para explorar.
Construída no século XVI pela Ordem dos Cavaleiros de São João para proteger a ilha de ataques externos, alberga mais de 300 monumentos, todos situados a uma curta distância. Juntamente com o seu impressionante Grande Porto, é considerada Património Mundial da UNESCO.
Para quem não estiver alojado em Valletta, é possível apanhar um ferry até à capital e, durante o curto trajeto, apreciar o impressionante perfil da cidade recortada à beira-mar, caracterizada pelos edifícios de arenito e pelas muitas cúpulas de igrejas.
Malta é conhecida por ter uma igreja para cada dia do ano, e mais de 25 estão localizadas na capital. Merece especial destaque a Co-Catedral de São João, provavelmente a mais famosa de Malta, com sua bela arquitetura barroca e coleção de arte, bem como o Forte de Santo Elmo.
Os Jardins Superiores de Barrakka, situados no ponto mais alto das Muralhas da cidade, são também imperdíveis. Dediquem algum tempo para relaxar no jardim e desfrutar da vista mais deslumbrante do Grande Porto e das Três Cidades, que se torna particularmente mágica ao pôr do sol. Recomendo também atravessar o canal e visitar as Três Cidades (Vittoriosa, Senglea e Cospicua), cidades medievais fortificadas que desempenharam um papel importante na história do país.
Passeiem pelas ruas estreitas de Valetta para uma imersão na cultura, estilo de vida e história desta cidade e do seu povo. Há inúmeras opções de restaurantes, ideais para uma deliciosa refeição tradicional. À noite a cidade transforma-se, pelo que vale a pena parar num dos muitos bares típicos e apreciar a sua atmosfera vibrante.
Para mais inspiração sobre viagens podem consultar o blog da Ana, the Travel in Pink ou a sua página de Instagram
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