Sveti Stefan
 é uma pérola. Valiosa, só acessível aos muito ricos, milionários.

Fica seis km a sul de Budva. Os autocarros eram de 15 em 15 minutos e a viagem interessante. Em primeiro lugar, porque muitos locais usam este meio de transporte para Sveti Stefan
 e a deslocação trona-se muito mais simpática, interagindo com as pessoas que aqui vivem.

Sveti Stefan
Sveti Stefan créditos: Who Trips

Por outro lado, as paisagens do Adriático são magníficas. O autocarro deixou-nos no alto de uma pequena vila. Daqui já temos Sveti Stefan em linha de vista. Tal como aparece nos cartazes turísticos. 
Uma estrada íngreme leva-nos pelo meio da vila, em direcção ao mar. O casario é o comum em Montenegro, mas com mais habitações para turismo. Lá em baixo, junto ao istmo percebe-se porquê.

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Sveti Stefan é um resort de luxo. A concessão atual, por 30 anos, pertence à cadeia internacional Aman Resorts.

À entrada do istmo está um segurança e os pelintras, como eu, ficaram à porta… Acessível apenas para Orson Welles, Sophia Loren, Sylvester Stallone, reis e princesas de todo o mundo. Era o alojamento mais caro em Montenegro e tinha pouco mais de 50 quartos e suites. As habitações estão em casas de pedra, muitas com espaço verde em volta.

Mesmo antes da concessão já era um local para gente endinheirada. Na sua origem, era uma ilha piscatória e foi fortificada no séc. XV, para protecção das investidas do império otomano. Com a pressão do turismo e a nacionalização pelo governo da Joguslávia, mudou de finalidade e de frequência (passou para as elites) e acrescentaram um istmo. O alojamento luxuoso não se confinava ao espaço do istmo.

Sveti Stefan
Sveti Stefan Praia privada créditos: Who Trips

Num dos lados, na sequência da praia privativa (o areal é de cor rosada), havia outro alojamento turístico que pertencia à mesma cadeia, a Villa Miločer, antigo Hotel Sveti Stefan e, ainda mais antiga, a residência de verão da rainha Marija Karadordevic.

Amplos espaços verdes envolvem edifícios com arquitectura clássica. Jardins, campos de golfe, caminhos pelo parque e, tinha de ser, praias privativas. No interior deste amplo espaço verde estavam a construir novas estruturas turísticas.

Villa Miločer
Villa Miločer créditos: Who Trips

O povo pode tirar fotografias, deslumbrar-se com a beleza e aproveitar a praia que fica antes do istmo. Do outro lado é privativa. Os "sem-abrigo-no-Stefan" podiam ainda tomar café ou almoçar numa cafetaria no início do parque, mesmo em frente ao resort.

Podia-se ainda passear pelo parque que sobe a montanha em direcção à estrada principal. O caminho ainda é longo. A sorte é que encontrámos um autocarro que levou os caminhantes até à estrada.

Kotor

Kotor
Kotor créditos: Who Trips

Há quem tenha muitas dúvidas em escolher entre Kotor e Budva. Tivemos a mesma hesitação e, talvez, tenha sido correta a opção por Budva.

Na primeira passagem por Kotor a impressão foi de um lugar agradável, romântico, com uma arquitectura interessante e a com as muralhas a serpentear a montanha, mas visita-se num dia. Foi o que fizemos.

Ida e volta de autocarro a partir de Budva. A viagem não demorou muito tempo, cerca de meia hora. A paragem em Kotor foi em frente a um edifício meio abandonado onde sobreviviam vestígios da palavra Riviera.

A descida, de pouco mais de uma centena de metros, levou-nos para a baía e a zona histórica.

Muralhas de Kotor
Muralhas de Kotor Muralhas de Kotor créditos: Who Trips

Entrámos pela porta sul, protegida por um pequeno lago. A primeira decisão foi recusar subir a muralha com os seus 1350 degraus.

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As muralhas ficaram severamente destruídas por um tremor de terra em 1979, foram entretanto recuperadas e estão em bom estado de conservação. 
O problema é o esforço fisico, não é para todos.

A cintura de muralhas serpenteia a montanha que abraça Kotor e no cume ainda se podiam ver algumas construções antigas, um castelo e uma igreja a meio do caminho.

Após um expresso no interior da zona histórica, começamos o circuito com uma visita à catedral de S. Tryphon cuja construção foi iniciada no séc. XII e várias vezes reconstruída devido a sismos. A catedral serve de museu e no piso superior possui várias pinturas e relíquias do tempo em que foi iniciada a sua construção. É o edifício mais imponente na parte urbana de Kotor. Visitamos ainda duas igrejas ortodoxas.

Interior da catedral de S. Tryphon
Interior da catedral de S. Tryphon créditos: Who Trips

Este espaço histórico é parecido com Dubvronik mas em formato mais pequeno.

A arquitectura é semelhante e fortemente influenciada por Veneza. Kotor foi durante três séculos parte integrante da República de Veneza.

Kotor
Kotor créditos: Who Trips

O espaço urbano não é muito grande e está bem preservado. Além destes edifícios, o centro histórico tem ruas estreitas com pequenas praças onde há restaurantes e esplanadas.

Todas esta zona (a cidade e os fiordes que rodeiam a cidade) foi declarada Património Mundial pela Unesco, devido ao acervo arquitectónico e cultural e ainda à relevância histórica como cidade comercial e de cultura. A visita na parte antiga não é muito demorada. Não havia muitos visitantes, nem filas de espera.

Kotor
Kotor Gato em Kotor créditos: Who Trips

Próximo da porta sul, um gato também percebeu que a vida não estava fácil e um jovem, com um sanduíche na mão, procurava qualquer coisa no saco. Estava distraído. O gato não. Aproximou-se lentamente, no corrimão de pedra da escadaria, muito próximo do petisco. O jovem ficou surpreendido mas, gentilmente, gratificou a coragem do animal.

A cidade está situada num vale, encostada a uma montanha e à baía. É quase um estreito.

Do outro lado e ao fundo, montanhas circundam o espaço urbano. Montanhas altas em que, por vezes, os cumes não são visíveis devido ao nevoeiro. Em baixo, a baía, com alguns barcos e iates, reflecte o verde da montanha e as cores metalizadas das embarcações.

Kotor
Kotor créditos: Who Trips

Talvez mais interessante do que a cidade é a enorme baía de Kotor. Tem uma extensão de 28 km (é uma ria), com várias cidades costeiras esplêndidas e uma paisagem natural de montanhas verdejantes. Em tudo igual a fiordes.

Na viagem que fizemos, entre Dubronik e Budva, tem de se passar por aqui. Uma estrada que serpenteia a baía. Inúmeras curvas com vistas fantásticas.

Pessoas a trabalharem em viveiros de peixes, pequenas localidades à beira da água, lá ao fundo, montanhas enormes, que colam o verde com o azul do céu. No meio da baía algumas embarcações. Umas de recreio, outras de transporte e pesca. Também no meio da baía algumas ilhas, istmos com habitações.

Uma dessas ilhas, próximo de Perast, capta de imediato o olhar e é um dos locais mais fascinantes de Montenegro: a Nossa Senhora das Rochas.

Kotor
Kotor créditos: Who Trips

A lenda diz que era um local de marinheiros. Depois de terem encontrado uma imagem da Virgem Maria e do Menino, fizeram um juramento e construíram a ilha com rochas onde ergueram uma capela. Ninguém atesta a lenda mas continua a ser um local religioso e ponto de encontro de muitos turistas. A igreja é o edifício mais destacado e ao lado há um museu.

Ao longo da baía há ainda casas que revelam algum poder de compra. Pequenos aldeamentos turísticos com restaurantes e comércio muito próximo.