“Ora bem, bom dia Sandrinha, aqui são 19h16 da tarde (…) isto aqui comparado com Costa Rica é oferecido: 2 euros e pouco para uma refeição com sopa e limonada incluídas. Estou muito bem aqui. Comprei um vestidinho muito giro, já te mostro. Come-se super bem, picante e tudo. (…)”.
A Bia está encantada com a hospitalidade do povo mexicano e a forma como se sente ajudada. Entre capelas e pirâmides, quero focar a perceção que a portuguesa teve quanto ao guia em Yucatán: uma pessoa completamente em devaneio enquanto narrava as histórias e caminhava como quem corre. Tal era o devaneio do simpático guia que a portuguesa confessa que se distraiu completamente das histórias e não acompanhava o passo rápido do narrador de Yucatán. O que fez? Aproveitou para nos enviar fotografias, fazendo a sua própria pesquisa no Google sobre cada cantinho das pirâmides da civilização que superou Tikal, na Guatemala, quando aquele caiu em poder.
Eu já estive em Tikal e realmente percebi a ideia de devaneio dos guias, mas perdoado pela grandeza dos templos e da história de cada um. É que só numa cidade Maia encontramos dezenas de templos com histórias absolutamente encantadoras, mas verdadeiras. Daí que é comum, minha amiga, os guias turísticos da América Central são excêntricos e bons contadores de histórias porque reconhecem o quão valiosa é a riqueza da Antiguidade Maia. Porque eles vivem no solo onde os Maias viveram! Aliás os Maias previram esta calamidade que atravessamos e que tu, agora, sentes de forma leve, felizmente. Sabias? Sabiam? 2020 era o ano previsto segundo o calendário Maia (informado em Tikal num dos templos dedicados ao ensino da Astronomia), só não se percebia o ‘quê’. Só não sabíamos que seria esta calamidade penosa da COVID-19.
Fiquei a meio do teu diário de bordo Beatriz (@beatrizccaetano) mas, pelas minhas contas, já galgaste uma das sete maravilhas do Mundo Moderno: pirâmide KuKulcán, em ChiChén Itzá e o Monte do Tepeyac para chegares ao símbolo católico (Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe) mais alto de todo o continente americano – a Torre Latinoamericana. Sinceramente espero que tenhas conseguido apanhar um resquício do horário do pôr-do-sol antes de saíres da zona das pirâmides pois que se saiba que quando o sol vai descendo, aquela específica pirâmide produz, com o apoio do sol, reflexos que nos permitem ver uma serpente a deslizar de cima para baixo. No templo. Ilusão, verdade dos nossos olhos? Mas ocorre desde sempre. Experimentem focar isto quando lá forem até porque precisamos de nos inspirar com sinais de saúde. Sim, é o símbolo dessa serpente.
Milhas e mais milhas da Beatriz agora sob quatro rodas, numa onda de tours de pontos mais altos da América que – observo – são momentos importantes de várias civilizações e religiões. Pecados abençoados de se viajar com a sabedoria de amar e orar de várias formas e respeitar todas elas. Do grande povo Maia à conquista católica, tudo a quilómetros da capital, a nossa Bia anda enérgica como uma bebida pura. Vamos continuar com a energia dela e inspirar-nos de bons ‘pecados’ desta viajante que por vezes pergunta como vai Portugal.
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