Se ainda não conhece, aproveite o Festival de Marselha que acontece em junho para marcar o seu bilhete na TAP e partir à descoberta desta maravilhosa cidade do Sul de França.
Venha visitar Marselha!
O hino nacional francês — a Marselhesa — é das primeiras coisas de que a maioria das pessoas se lembra quando ouve falar nesta cidade. A canção adquiriu grande popularidade durante a Revolução Francesa, especialmente entre as unidades do exército de Marselha, daí ter ficado conhecida por este nome.
Amada por uns e odiada por outros, a cidade era uma incógnita para mim, mas com três dias para a explorar, eu ia poder tirar as minhas próprias conclusões e descobrir de que lado queria posicionar-me.
A minha primeira impressão foi muito boa, desci do autocarro no Velho Porto de Marselha quando o sol se estava a pôr e o mar parecia feito de ouro. Achei lindo!
Talvez seja eu e os meus óculos cor-de-rosa que teimam em encontrar coisas boas em qualquer destino, mas nos dias seguintes o encantamento manteve-se e Marselha revelou-se, mais e mais, uma cidade soalheira e vibrante, cheia de bons restaurantes e agradáveis atrações.
Comecei por visitar a Basílica Notre-Dame de la Garde, uma igreja espetacular, situada no topo de uma colina e visível de quase toda a cidade. A zona, usada em tempos antigos como um ponto de observação, foi durante a Idade Média lugar de uma capela de peregrinação. Construída entre 1853 e 1864, a igreja apresenta um interior de estilo neo-bizantino opulento com arcos de mármore claro e escuro apoiando cúpulas de mosaico dourado. Depois de ver o interior, os visitantes podem passar tempo no terraço, que oferece uma vista panorâmica maravilhosa sobre os telhados vermelhos dos edifícios de Marselha, o Mar Mediterrâneo e o Velho Porto.
O Velho Porto (Vieux Port) é o berço de Marselha. Foi aqui que a cidade começou e ainda hoje esta é uma zona concorrida para os habitantes locais e turistas. É sempre muito movimentado, com pessoas a passear a pé, de bicicleta, a andar na roda gigante ou a fazer canoagem.
O lado leste do porto, o Quai des Belges, acolhe todas as manhãs um mercado de peixe e é também daqui que partem os ferries para dois destinos turísticos populares: o Château d'If e os Calanques .
O MuCEM (Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo) é outra atração que merece uma visita.
Através das galerias do museu — que está dividido em 3 secções principais —, bem como através de palestras e exibições de filmes, os visitantes podem explorar a história da civilização mediterrânica.
A primeira secção é a parte mais nova do museu e foi projetada pelo arquiteto Rudy Ricciotti. Esta aborda temas como a invenção dos deuses, os tesouros da rota das especiarias, as visões de Jerusalém e as Sete Maravilhas do Mundo. A segunda secção do museu está localizada nas salas abobadadas do Fort Saint-Jean, um monumento histórico que remonta ao século XII. O Fort Saint-Jean também tem espetaculares jardins mediterrânicos acessíveis por uma ponte suspensa sobre o mar. Aqui, os visitantes podem desfrutar de um passeio panorâmico e apreciar as vistas da costa. O terceiro local é o Centro de Conservação (localizado no bairro de Belle de Mai), que oferece um olhar sobre os bastidores do trabalho do museu.
Um pouco mais distante fica Château d'If, uma atração interessante devido à sua história e ambiente natural. A uma curta viagem de ferry desde o porto de Marselha, o Château d'If está localizado na Ilha de If no arquipélago das Ilhas Frioul, uma área de conservação que inclui as pequenas ilhas de If, Pomègues, Ratonneau e Tiboulen. A paisagem é espetacular, com enseadas protegidas, águas azul-turquesa, praias imaculadas, riachos de areia e falésias calcárias impressionantes. O sol do Mediterrâneo cria um efeito fantástico sobre a água e um microclima que permite o aparecimento de espécies florais raras. Neste belo local, foi mandada construir, pelo rei François I no século XVI a fortaleza Château d'If f. Logo depois, foi convertida em prisão e tornou-se famosa por ser um dos cenários do romance de Alexandre Dumas, "O Conde de Monte Cristo".
Uma visita à Catedral de la Major também é obrigatória. Situada frente ao mar, esta bonita catedral foi construída entre 1852 e 1893. Usando uma mistura de pedra calcária branca e verde, a catedral mistura os estilos românico e bizantino e o seu interior é ricamente decorado com mármore e mosaico. Na cripta encontram-se as tumbas dos Bispos de Marselha.
La Corniche — um memorial dedicado ao presidente Norte Americano John F. Kennedy — oferece uma das mais belas paisagens de Marselha, pois tem vistas incríveis sobre o Mediterrâneo, as Ilhas Frioul e Chateau D'if. Empoleirada no topo de uma pequena colina e ligada ao centro da cidade por um conjunto majestoso de escadas, a Gare de Marseille-Saint-Charles também é um edifício digno de atenção.
Quem procura uma lembrança pode comprar uma barra do verdadeiro sabão de Marselha, o produto mais típico da cidade. É um sabão duro tradicional produzido na zona há mais de 600 anos. É feito a partir de uma mistura de água do mar Mediterrâneo, azeite, carbonato de sódio e soda cáustica. Enquanto ainda está macio, é cortado em barras, carimbado e deixado para endurecer. É o souvenir perfeito para trazer de viagem!
Para “tomar o pulso à cidade” aconselho uma passagem pelo Le Panier, o bairro mais antigo de Marselha.
Situado numa encosta sobre o Vieux Port, este colorido bairro é o centro histórico e cultural da cidade. As suas ruas íngremes, estreitas e sinuosas e pitorescos edifícios pastel oferecem um vislumbre da personalidade encantadora de Marselha. Aqui encontramos restaurantes, lojas de artesanato e de comida gourmet e galerias de arte. A herança colorida e multi-étnica da cidade é mais evidente aqui com a comunidade argelina muito representada em restaurantes e negócios locais.
E falando em restaurantes, há que mencionar a deliciosa gastronomia local, principalmente o Bouillabaisse — o saboroso ensopado de marisco que é a especialidade da região. Nenhuma visita à cidade pode ficar completa sem provar este prato!
O Festival de Marselha, é uma excelente oportunidade para conhecer melhor a cidade. Acontece no início do verão (de 14 de junho a 6 de julho de 2019) e o seu programa inclui dança, teatro, concertos, instalações artísticas, cinema e festas de rua.
O festival reúne público e artistas de vários lugares e a partir daqui brinca com a pluralidade e diversidade marselhesas. É um festival que vive ao ritmo e à imagem de Marselha!
Texto: Ana Maria Barreto - The Travellight World
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