A Bélgica é um pequeno país com uma grande oferta turística. Longe dos holofotes das grandes capitais europeias, esta é uma cidade de constantes descobertas e muito doce, não fosse o chocolate um dos produtos que mais se vê — e cheira! — ao percorrer as ruas. Muitos são os artesãos que o transformam, multiplicando-o pelas mais tentadoras sugestões, cores, formas, texturas e variações. E há ainda as batatas fritas. Compre um cartucho de frites para combater o frio e estará pronto para dar início à viagem à capital europeia de excelência, assim conhecido dado que alberga muitas das instituições da União Europeia e grande parte dos seus funcionários. Ainda que desconhecida para muitos, esta é uma cidade que vale a pena descobrir. Que tal reservar já os seus bilhetes para Bruxelas?
Uma cidade de arte e de artistas
Derrotas e vitórias, conquistas e conquistadores, a Bélgica é um país de caraterísticas peculiares que fazem dele um caso único. Depois de conhecer alguns dos locais que lhe propomos, não terá mais dúvidas de que Poirot só poderia ser belga. Tome nota.
Grand Place: grande e cheia de graça
O orgulho de Bruxelas passa por aqui. A grande maioria dos turistas que chega à cidade, também. Movimento, lojas, aqui se encontra o melhor da arquitetura belga do século XVII. Porém, a sua história vai mais longe e, no século XI, já aqui se realizavam mercados ao ar livre. Os comerciantes acrescentaram as suas sedes de guildas em estilos tão variados como as próprias profissões. Intensos bombardeamentos franceses, no ano de 1695, destruíram a quase totalidade dos edifícios. A Câmara Municipal de Bruxelas, essa foi erigida no final do século XIX. A reconstrução da Grand Place deu origem a uma praça harmoniosa e renascentista, de forte influência flamenga.
Arte a quanto obrigas: Bozart, Magritte e banda desenhada
Nem só de ofícios se faz a Bélgica. A arte também tem na cidade um papel determinante. A prová-lo, três dos museus que se tornam praticamente obrigatórios... mesmo que já os tenha visitado anteriormente, há uma mão-cheia de exposições temporárias que fazem as delícias de quem se atreve a entrar pelas suas portas dentro. O Bozar deve o seu nome à aglutinação fonética das palavras beaux arts — belas-artes. É um dos museus mais visitados da cidade e nele se encontram as principais obras de arte de vários momentos, devidamente contextualizados e integrados.
Outro dos expoentes máximos, de Bruxelas e de toda a Bélgica, o Museu Magritte faz as honras e dá mostras da vida e obra do pintor belga mais conhecido e reconhecido de todos os tempos. Magritte e o “seu” surrealismo têm aqui uma merecida homenagem, que não é indiferente aos muitos turistas que a cidade recebe.
Dernier point mais non le moindre (por fim, mas não menos importante)... o Museu da Banda Desenhada. A Bélgica é o país da oitava arte e são muitas as referências que se encontram não só nas vitrines que vendem as mais variadas inspirações, mas também ao longo das suas ruas, em edifícios grafitados, onde dá mostras de si e do seu valor. Por essa razão e muitas mais, este museu merece uma visita: a história da Bélgica passa também por aqui.
As primeiras galerias comerciais da Europa: voilá le roi!
Muito perto da Grand Place estão as Galerias Saint Hubert, que criadas em 1847 ainda hoje mantêm muita da elegância de outrora. Com cerca de 200 metros de comprimento, a sua cúpula de cristal deixa passar a luz... mas não a chuva. Conhecidas também como Les Galeries Royales Saint-Hubert, estão divididas em três zonas distintas: Galeria do Rei, Galeria da Rainha e a Galeria dos Príncipes. No seu interior, abundam montras recheadas de luxo e pormenor.
Parque do Cinquentenário: guerra e paz
Este parque destaca-se por um imponente arco do triunfo de três arcadas, onde são realizadas múltiplas atividades, desde festas e manifestações a eventos desportivos e concertos. Foi construído em 1880 por ocasião do 50º aniversário da independência da Bélgica. Esta é uma das vistas com maior impacto da cidade e, por essa razão, uma visita obrigatória.
Museu Real das Forças Armadas e Waterloo: técnica, tática e paz
País de guerras e muitas batalhas, a Bélgica viu a sua situação geográfica facilitar, ao longo dos anos, invasões e conquistas. Por isso, o Museu Real das Forças Armadas é ideal para ficar com uma perspetiva dos acontecimentos mais marcantes da memória belga. Mais de 10 séculos de história são revelados pelos artefactos que dela fazem parte, como armaduras medievais, armas de fogo, aviões, carros blindados contemporâneos, uniformes e muito mais. Se ficar entusiasmado e quiser dar um salto a Waterloo, fica a cerca de 20 quilómetros de Bruxelas. Este é o local onde as tropas inglesas, comandadas pelo Duque de Wellington, as da Prússia, comandadas pelo General von Blucher e as da Holanda, sob a liderança do Príncipe William II de Orange, lutaram contra Napoleão, em 1815, pondo fim à era napoleónica. Aqui foi erigido o Memorial 1815 — inaugurado aquando a celebração do bicentenário da batalha. Para além disso, encontrará ainda a Montanha do Leão e o Campo de Batalha.
Agora que melhor conhece um pouco melhor aquilo que a Bélgica, e Bruxelas em particular, têm para lhe oferecer, encarne no detective mais implacável de todos os tempos, e siga-o em mais uma adaptação cinematográfica de "Morte no Nilo", desta feita realizada por Kenneth Branagh, que estreia brevemente em Portugal.
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