Já há alguns anos que a imagem de um círculo perfeito refletido em águas sombrias me perseguia. Volta e meia lá aparecia aquele arco impossível em artigos do género "as 10 pontes mais bonitas do mundo" ou "os 20 lugares mágicos de que nunca ouviu falar".
A Rakotzbrucke é uma das muitas "Devil's bridge" (pontes do Diabo) espalhadas pela Europa. Sempre que uma ponte assume formas que desafiam a gravidade a cultura popular encarrega-se de determinar que tal feito arquitetónico só pode ser obra do demo e o pagamento de tal empreitada costuma ter de ser feito na moeda internacional de uma alma por ponte. Em regra, o sortudo a pagar a conta costuma ser o primeiro que cruze a ponte e, reza a lenda, que o construtor da Rakotzbrucke resolveu sacrificar-se pela sua obra e ser o primeiro a atravessar.
Estas pontes foram erguidas um pouco por toda a Europa, também existem em Portugal, durante a Idade Média mas a Rakotzbrucke foi construída em 1860, inserida num parque de inspiração gótica.
Se o vosso GPS não aceitar coordenadas do género “para lá do sol posto” ou “onde Judas perdeu as botas”, experimentem colocar Rhododendron Park Kromlau, na Alemanha e a cerca de 120Km de Dresden e a 6Km da fronteira polaca encontrarão a bendita ponte.
Dicas para quem quer ir:
- Há estacionamento a 3 minutos a pé da ponte e é permitido acampar;
- O parque é gratuito desde que foi nacionalizado após a II Grande Guerra e está sempre aberto;
- Subir a ponte é estritamente proibido. Na realidade a ponte sempre teve um propósito decorativo e não utilitário. Há sinalização e gradeamento a proibir a passagem mas há quem opte por subir. Fica ao critério de cada um;
- A melhor altura do ano para uma visita é no Outono mas a Primavera parece ser uma boa segunda opção. No Inverno o lago Rakotzsee gela e o efeito circular do reflexo não é possível pelo que o local perde muito do seu encanto;
- O resto do parque merece uma visita e a poucos quilómetros é ainda possível visitar o parque Bad Muskau, património mundial da UNESCO.
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Artigo originalmente publicado no blogue Mundo Magno
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