Depois da partida de Génova e paragem em Málaga, o MSC Magnifica passou a noite a navegar pelo estreito de Gibraltar, em direção ao oceano Atlântico, para chegar pela manhã a Casablanca.

Quando abri as cortinas do meu quarto – e isto é uma das melhores coisas de um cruzeiro – já estava num sítio diferente: da Europa para África, mais precisamente em Marrocos. O minarete da mesquita Hassan II sobressaía ao fundo, com uma neblina a rodeá-la, como se estivesse pousada sobre o próprio mar e, aos poucos, aproximávamo-nos do porto.

Os pescadores pareciam minúsculos nos seus pequenos brancos. Passavam por nós a acenar como se nos estivessem a dar as boas-vindas a Marrocos. É hora do pequeno-almoço e, depois, sair do barco para conhecer Casablanca. Para mim, foi a terceira visita a esta cidade marroquina.

Muitas pessoas saíram bem cedo para as excursões. Quem não quer ir para as excursões pode simplesmente pagar um transfer ou, então, negociar as viagens com os muitos taxistas que estarão já à espera, no primeiro portão do porto, a seguir ao navio.

Para sair do porto de Casablanca – pelo menos, a partir do local onde o MSC Magnifica parou – são mais de 20 minutos a pé. Aí estará a outros 20 a 30 minutos do centro da cidade e da antiga medina.

24 horas em Casablanca, Marrocos
24 horas em Casablanca, Marrocos
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Se não quiser caminhar tanto (e depende sempre do calor!), o gabinete de excursões do navio costuma providenciar um transfer que pára em três locais: parte do porto, pára primeiro na mesquita Hassan II, depois no centro comercial, e depois no Grand Bazar - que é nada mais nada menos do que as lojas dentro da antiga Medina de Casablanca (prepare-se para regatear as compras!). O transfer faz depois a recolha (tem diversos horários ao longo do dia) e regressa ao navio.

O navio esteve o dia todo parado no porto de Casablanca (de manhã à noite). É por isso uma excelente oportunidade para se conhecer a cidade. Quem quiser pode até almoçar ao famoso Rick’s Café, que perpetua a história do filme “Casablanca”, ou visitar outros locais de Casa - diminutivo de Casablanca, como lhe chamam os locais.

À noite, já depois dos espetáculos diários e dos jantares a bordo, havia uma Festa Branca (toda a gente veste-se de branco ou usa pelo menos uma peça de roupa branca) no deck junto da piscina exterior. Daqui se via a mesquita iluminada, ou pelo menos via-se o seu minarete iluminado. E com a pista cheia de gente a dançar, começámos a deixar Casablanca para trás... mas saímos em festa, dentro do MSC Magnifica.

O dia seguinte foi todo em modo navegação até chegar à costa portuguesa. Deu para experimentar muita comida, usufruir das piscinas, do sol nos decks e acabar de ler o livro que tinha levado.

Infelizmente, ao final da tarde, já na costa portuguesa o mar ficou mais agitado e, pela noite, balançava demais para o meu gosto. Eu que nem enjoo muito vi-me um pouco enjoada e nem jantei para não testar o meu estômago.

Passei junto da receção onde tem um pequeno lago e um trio de música (piano, violino e violoncelo) tocava como se nem sentisse o vaivém das ondas. Por baixo do chão de vidro, a água do lago andava ferozmente de um lado para o outro indicando o estado do mar. Era quase cómica a diferença entre o estado da água do lago e a calma das música que continuavam a tocar as suas peças clássicas como se nada se passasse.

Nessa noite, fui dormir mais cedo e estava entusiasmada por estarmos quase a chegar a Lisboa de navio. Algo que nunca tinha feito. Este foi, aliás, o meu primeiro cruzeiro.

De Génova a Lisboa no MSC Magnifica
De Génova a Lisboa no MSC Magnifica créditos: Viaje Comigo

A noite, mesmo com o balanço do mar, passou muito bem. Dormi embalada e, de manhã, acordei bem cedo, ainda o sol estava a nascer e já estávamos a chegar ao porto de Lisboa.

Quando dei conta estava a passar por debaixo da ponte 25 de Abril e a ver o Mosteiro dos Jerónimos, o Terreiro do Paço, o castelo e a estação de Santa Apolónia. O sol surgia lentamente deixando um tom amarelado nos edifícios e, aos poucos, fomos chegando ao porto, numa minuciosa operação em que nem se sente o navio a encostar ao porto. Bom dia, Lisboa!

Chegámos ao final da nossa viagem no MSC Magnifica: Génova, Málaga, Casablanca e Lisboa.

E o porto final não poderia ter sido melhor, já que o porto de Lisboa já foi considerado por diversas vezes o melhor porto de cruzeiros da Europa.

- Pode ter mais dicas de Casablanca no Viaje Comigo