A Terra das Sete Cores de Chamarel oferece uma experiência única não só para os amantes da geologia e da natureza, mas também para quem deseja testemunhar um raro fenómeno geológico. É uma área relativamente pequena de dunas composta por areia de sete cores distintas (vermelho, castanho, violeta, verde, azul, roxo e amarelo). Dependendo da hora do dia e da luz, os tons são mais, ou menos identificáveis, mas impressionam sempre pela sua singularidade. O nascer do sol, dizem, é a melhor hora para ver as Terras Coloridas.
O que deu origem a este fenómeno?
As Maurícias tem uma história geológica violenta que inclui deriva e colisão continental, erupções vulcânicas e outros eventos extraordinários que contribuíram para a formação de recifes, florestas tropicais, lagoas, cadeias de montanhas e falésias de basalto. Sob a influência de um clima quente e húmido, o basalto de escoadas lávicas datadas do Período Intermediário, de 1,7 a 3 milhões de anos atrás, formaram voçorocas argilosas — grandes buracos de erosão causados pela água da chuva e intempéries em solos onde a vegetação não consegue proteger o solo.
Essa decomposição profunda e irreversível deixou depósitos de óxidos de ferro e alumínio no local. O óxido de ferro deu à areia tons de vermelho a castanho, enquanto o óxido de alumínio produziu tons de azul a azul-violeta.
As ondulações das dunas foram esculpidas pela chuva ao longo de milhares de anos e a separação acentuada das diferentes cores da terra pode ser explicada pelo fato das partículas de ferro e alumínio nas faixas de areia se repelirem naturalmente. Aliás é possível misturar a terra colorida, e descobrir que com o tempo ela acaba por se acomodar, novamente, em camadas separadas.
As dunas ondulantes da paisagem lunar multicolorida de Chamarel ainda intrigam os geólogos que não sabem exatamente explicar porque as cores vermelho, castanho, violeta, verde, azul, roxo e amarelo nunca se desgastam, apesar das chuvas torrenciais e das condições climáticas adversas.
Como foi descoberto?
A existência de terra colorida na área de Chamarel foi relatada pela primeira vez por um membro da Royal Society of Arts and Sciences of Mauritius em 26 de novembro de 1879, mas apenas na década de 1960, praticamente um século depois, é que ganhou popularidade e transformou-se numa atração turística, uma das principais das Maurícias.
Hoje, as dunas estão protegidas por uma cerca de madeira e os visitantes não as podem pisar, mas podem admirar toda a sua beleza e singularidade a partir de postos de observação colocados ao longo da vedação.
O que mais há para ver no Geoparque?
O Geoparque tem uma pequena área com tartarugas gigantes originárias das Seychelles e uma plantação de Café de Chamarel — o único café cultivado e processado nas Maurícias que pode ser degustado no café e loja de souvenirs da Terra das Sete Cores. Abriga ainda outra importante atração turística da região — a Cascata Chamarel, uma das cascatas mais impressionantes das Ilhas Maurícias.
Como visitar?
A forma mais fácil de visitar o Geoparque de Chamarel, quando não se alugou um automóvel, é fazendo uma excursão ou combinando o preço com um motorista de táxi que o pode levar e trazer a partir de qualquer hotel da ilha.
Quem está hospedado na capital, Port Louis, pode apanhar transporte público: Bus 120: Port Louis para Baie du Cap e depois Bus 5A: Baie du Cap para Chamarel (Saint Anne Church), mas é uma viagem longa e pode ser complicado ir e voltar no mesmo dia.
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