Copacabana
Durante muito tempo a Praia de Copacabana era apenas frequentada por pescadores, mas na transição do século XIX para o século XX a chegada dos bondes (eléctricos) trouxe consigo muitos cariocas atraídos pelo clima salubre e pelas brisas do oceano que proporcionavam benefícios terapêuticos. O local era um autêntico sanatório, numa cidade que era frequentemente dizimada por epidemias. Os banhos de mar estavam na moda e a Prefeitura do Rio viu-se obrigada a regulamentar esta prática, exigindo vestuário apropriado e código de conduta e compostura!
Um dos símbolos de Copacabana é o famoso calçadão da Avenida Atlântica. Construído em 1906 o traçado ondulado foi inspirado no da Praça do Rossio em Lisboa e representa o encontro das águas doces do Tejo com o oceano. As pedras de calcário e basalto foram importadas de Portugal, de onde partiram também os mestres calceteiros para executar o trabalho. Em 1923 foi inaugurado o edifício mais emblemático da Avenida Atlântica, o famoso Hotel Copacabana Palace, um espaço luxuoso e cheio de glamour, que na década de 40 do século XX se tornou no refúgio exótico de milionários e celebridades que procuravam um lugar distante dos principais palcos da Segunda Guerra Mundial.
Ipanema
Até finais do século XIX Ipanema era mais um areal desvalorizado, onde só era possível chegar de barco ou a pé. As coisas só começaram a mudar quando o proprietário das terras projetou e avançou com a construção de um bairro.
Em finais do século XX, Ipanema tornou-se palco de vários movimentos culturais que agitaram o status quo. Exemplo disso é o Tropicalismo, um movimento com influência das correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop, que misturava manifestações tradicionais da cultura brasileira com inovações estéticas radicais. Outro, mais conhecido, é a Bossa Nova, um movimento musical que deriva do samba com uma forte influência do jazz. Foi num bar de Ipanema que os músicos Tom Jobim e Vinícius de Moraes se encantaram com a beleza e o charme de uma moça que passava a caminho da praia e compuseram a canção mais tocada em todo o mundo: “Garota de Ipanema”. Foi também na praia de Ipanema que surgiram as modas da tanga e do topless, dois conceitos que representaram uma transgressão.
Leblon
Na verdade a Praia do Leblon é um prolongamento da Praia de Ipanema (na foto principal deste artigo). Até finais do século XIX, esta área não passava de um território arenoso e rural ocupado apenas por algumas chácaras (quintas). Uma delas ocupava quase metade do bairro atual e pertencia ao francês Charles Le Blond, proprietário de uma empresa de pesca de baleias. Naquela época as baleias e cachalotes tinham um papel muito importante na economia do Rio, já que delas era retirado o óleo que era usado na construção civil e na iluminação pública. Terá sido devido ao nome do industrial francês que esta área passou a ser conhecida como Campo do Leblon, designação que acabou por passar para o atual bairro.
Arpoador
É o nome dado a uma formação rochosa e à pequena praia que fica nas imediações. A designação deste pedaço de costa, em pleno Bairro de Ipanema, está relacionada com o fato de, no passado, existirem baleias nesta área e da sua caça ser feita com arpões. A rocha que invade o mar separando a Praia do Arpoador da Praia de Copacabana, oferece uma das vistas mais bonitas da cidade, de onde se podem contemplar o oceano, diversas praias e algumas ilhas. Foi nesta praia que em 1948 uma alemã radicada no Brasil usou pela primeira vez um biquíni, desconhecido até então, no país. Nas décadas de 60 e 70 do século XX, o local era associado à liberdade e ao amor livre, frequentado pela juventude de classe média/alta que vivia à beira mar e se identificava com o movimento hippie. Atualmente, este é o local preferido para os surfistas que chegam ao Rio de Janeiro, uma vez que as ondas grandes que aqui se formam, de vez em quando, são propícias à prática desse desporto.
Pepino
A Praia do Pepino é um verdadeiro paraíso para os amantes do voo-livre e do surf. Localizada no Bairro de São Conrado, as suas areias brancas servem de pouso às asas-deltas e parapentes que levantam voo do morro da Pedra Bonita. Mas se este desporto enche o céu de cores vibrantes, dentro de água o cenário não é muito diferente. O mar forte, embora não seja muito indicado para banhos, tem as melhores ondas da região para o surf. O calçadão convida a uma caminhada relaxante, usufruindo daquilo que a praia tem de melhor: o contraste incrível entre área urbana e natureza. E as barracas e quiosques espalhados pela orla são ponto de paragem obrigatória para tomar um sumo ou um lanche.
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