Não haverá Dia dos Namorados romântico para este cozinheiro americano e para esta terapeuta norueguesa que se conheceram num espectáculo em Nova Iorque em novembro de 2019, pouco antes do início da pandemia.
Brandon Ballin, de 45 anos, e Mari Solberg, de 41, esperavam encontrar-se esta semana para tratarem dos papéis para casar-se na Noruega em abril. Mas a chegada de novas variantes do vírus, que levou muitos países a encerrarem as fronteiras e aumentarem as restrições, destruiu os planos.
“Não poderemos nos casar em abril como havíamos planeado. Tivemos que adiar a data e esperamos poder casar-nos em junho. Cruzamos os dedos”, disse Mari.
“Não sabemos quando tudo vai reabrir, não sabemos o que está autorizado e não sabemos quanto tempo vai durar, é muito difícil”, lamentou.
Reuniões de domingo
Desde a chegada do coronavírus, impedidos de viajar como muitos outros casais binacionais, Brandon e Mari reúnem-se principalmente à volta de uma refeição virtual de domingo.
“Mari era para vir cá no dia 21 de março de 2020, mas o voo foi cancelado devido à pandemia”, diz Brandon. “Por que não cozinhamos juntos?”, a terapeuta então sugeriu.
Assim nasceu o almoço virtual de domingo, onde os dois reencontram-se através de um monitor.
Em quase um ano de pandemia, o casal só se viu pessoalmente uma vez, no final de setembro e início de outubro.
Depois de preencher um formulário para provar o relacionamento deles, Brandon conseguiu visitar Mari em Oslo por duas semanas. Brando gastou quase todos os dias com a quarentena ... E pediu Mari em casamento.
A 23 de janeiro, o governo norueguês anunciou o encerramento total das fronteiras, exceto para as visitas "essenciais", categoria em que os relacionamentos amorosos não se enquadram.
Mari também não pode viajar para Nova Iorque. As fronteiras dos Estados Unidos estão fechadas para os europeus, e o país nunca abriu uma exceção para casais não casados de cidadãos americanos.
O que fazer então? Brandon e Mari encontram algum conforto numa página do Facebook dedicada a "casais separados por proibições de viagens".
A página, que se chama #LoveIsNotTourism ("Amor não é turismo"), tem mais de 16.000 assinantes.
Através da rede social, muitos casais alcançam líderes mundiais na esperança de sensibilizá-los para esta causa.
"Estamos dispostos a fazer de tudo para garantir a nossa segurança, fazer a quarentena, cumprir as regras. Tentamos de tudo e deparamo-nos com obstáculo após obstáculo", lamenta Brandon na sua sala de estar em Brooklyn.
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