Um grupo de turistas russos tornou-se o primeiro conhecido de estrangeiros a visitar a Coreia do Norte após o levantamento de restrições devido à pandemia de covid-19, segundo agências noticiosas internacionais.

Fotos e vídeo da AFP mostram a chegada dos turistas ao aeroporto de Pyongyang, onde, sorrindo, tiraram fotos sob o quadro de chegadas.

Moscovo e Pyongyang têm reforçado as suas relações, designadamente com a deslocação à Rússia, em setembro passado, do líder norte-coreano, Kim Jong Un, para um encontro com o seu homólogo Vladimir Putin.

A Coreia do Sul e os Estados Unidos afirmaram, depois, que a Coreia do Norte tinha enviado armas para a Rússia usar na Ucrânia, violando várias resoluções da ONU.

Natalia Zinina, responsável da agência de turismo Vostok Intur, que organizou a viagem, avançou ao site especializado NK News, com sede em Seul, que o grupo de turistas russos estará na Coreia do Norte até 12 de fevereiro e que o itinerário inclui Pyongyang e a estância de Masikryong, perto da cidade de Wonsan.

Segundo a mesma fonte esta é uma “delegação de teste” que pode abrir caminho para outros turistas russos.

Mediante o pagamento de 750 dólares por pessoa, segundo a agência Tass e a agência de turismo, 97 turistas estarão a participar nesta viagem de quatro dias ao país, que reabriu as fronteiras em agosto, depois de quase quatro anos de encerramento.

A Tass informou ainda que a viagem foi organizada no âmbito de um acordo alcançado entre Oleg Kozhemyako, governador da região de Primorye, e as autoridades norte-coreanas.

Kozhemyako esteve em Pyongyang, em dezembro, para conversações sobre o reforço dos laços económicos, como parte de uma série de intercâmbios bilaterais desde a cimeira Kim-Putin.

A Coreia do Norte tem vindo lentamente a aliviar as restrições da pandemia e a abrir as suas fronteiras internacionais como parte dos seus esforços para reanimar a sua economia, que foi devastada pelo confinamento e pelas persistentes sanções impostas pelos EUA.

Em agosto, os serviços de informações da Coreia do Sul divulgaram que a economia da Coreia do Norte diminuiu todos os anos entre 2020 e 2022, e que, em 2023, o seu produto interno bruto foi 12% inferior em relação a 2016.

Esta viagem surpreendeu os observadores da região, que esperavam que os primeiros turistas pós-covid seriam da China, o maior aliado diplomático e principal canal económico norte-coreano.

Os viajantes chineses representavam cerca de 90% dos visitantes estrangeiros antes da pandemia. Em 2019, um número recorde de cerca de 300 mil turistas estrangeiros visitou a Coreia do Norte, traduzindo uma receita entre 90 milhões e 150 milhões de dólares, avaliaram analistas, segundo a Associated Press.