Por Déborah Claude e Cyril Touaux

Os Jogos Olímpicos de Paris entram oficialmente nesta quarta-feira (26) no seu último ano antes da cerimónia de abertura no rio Sena, em 26 de julho de 2024.

A França estará "pronta e segura" para receber os Jogos, afirmou o presidente do país, Emmanuel Macron, durante uma visita à Nova Caledónia (um território francês no sul do Oceano Pacífico) nesta quarta-feira, embora tenha reconhecido que o evento "é um desafio organizacional" em matéria de alojamento, transporte e segurança.

O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, que está em Paris com os organizadores, disse estar "muito confiante" no sucesso do evento, para o qual foram enviados os convites para participar a 203 países, quando falta exatamente um ano para a abertura.

Como estava previsto, o COI não convidou, por enquanto, a Rússia e Belarússia, cuja participação ainda não foi decidida devido à guerra na Ucrânia.

"Estamos dentro dos prazos"

"Não tenho grandes preocupações. Estou muito satisfeito com o progresso do projeto", disse Stanguet à AFP. "Sim, todos os dias há questões a solucionar, mas é por isso que os Jogos não são em 2023, e sim em 2024", explicou.

Algumas sondagem indicam uma leve queda no apoio da população à realização dos Jogos Olímpicos, mas os organizadores consideram que tudo está a correr de maneira positiva.

As obras das sedes, quer a vila olímpica e as instalações desportivas onde a competição terá lugar, avançam sem atrasos. "Estamos dentro dos prazos", disse orgulhoso o chefe do Solideo (órgão público responsável pelas infraestruturas olímpicas), Nicolas Ferrand.

O presidente do COI visitou na terça-feira as obras da vila olímpica, onde já não há andaimes, e elogiou os avanços realizados. "Os atletas serão muito felizes aqui", afirmou Bach.

Embora o orçamento esteja praticamente coberto, os organizadores sabem que terão que se manter atentos até o final.

Em relação aos transportes, certamente um dos grandes desafios dos Jogos Olímpicos, "as coisas avançam numa boa direção".

O ex-primeiro-ministro da França Jean Castex, agora presidente do órgão de transportes da região parisiense (RATP), também mostrou confiança e acredita que a cidade estará "pronta" para os Jogos, apesar das inúmeras falhas constatadas na malha ferroviária local há meses.

Ameaça judicial

A questão da segurança também é uma das grandes preocupações. O principal desafio será a cerimónia de abertura, que pela primeira vez na história será realizada fora de um estádio, no rio Sena, com quase meio milhão de pessoas a assistirem no local.

"Claramente, isso nunca foi feito. Garantir a segurança em quase seis quilómetros de percurso, com tantas pessoas, é um verdadeiro desafio", resume um funcionário do COJO que pediu anonimato.

A oficialização da participação do exército para compensar o previsível défice no contingente da segurança privada "deve acontecer nas próximas semanas", avança uma fonte da polícia.

Sobre os organizadores também pesa a ameaça de ações e intervenções judiciais durante o próximo ano. No final de junho, duas investigações da Promotoria Nacional Financeira (PNF) levaram a buscas nas sedes do COJO e do Solideo.