Os "bouquinistes" de Paris, os vendedores de livros instalados nas margens do rio Sena, negam-se a mudar de lugar para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, como pediram as autoridades parisienses por motivos de segurança.
Pela primeira vez na história dos Jogos, a cerimónia irá acontecer fora de um estádio, no coração da capital francesa, em 26 de julho de 2024. Em carta enviada aos alfarrabistas no último dia 25, a polícia de Paris diz ser indispensável para a segurança do ato que as caixas usadas pelos vendedores para expor os seus produtos, localizadas no perímetro da cerimónia, sejam removidas.
O representante dos cerca de 200 membros da Associação Cultural de Bouquinistes de Paris, que representam 88% do total, afirmou que não têm "intenção nenhuma" de mudar de lugar. "Durante a reunião organizada no último dia 10 na câmara municipal, o oficial responsável pelo Sena explicou-nos claramente que iríamos obstruir a vista no dia da cerimónia", disse o presidente da associação, Jérôme Callais.
"Somos um símbolo importante de Paris. Estamos aqui há 450 anos! Querer apagar-nos da paisagem, quando a celebração desses Jogos deveria ser uma celebração de Paris, parece um pouco louco", criticou Callais.
O município de Paris garantiu hoje que os bouquinistes contam com o seu apoio, e reconheceu que a atividade dos mesmos "faz parte da identidade das margens do Sena". A autarquia calcula que cerca de 570 caixas possam vir a ser retiradas, o que representa 59% do total.
As autoridades municipais propuseram-se a pagar pela retirada e reinstalação das caixas, e pelo conserto de eventuais danos causados ao material neste processo. Callais alegou que algumas caixas são muito frágeis para serem transportadas, e avaliou em 1,5 milhão de euros o custo de uma renovação de todas as caixas.
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