![Metro de Nova Iorque vive período de crise e revela números assustadores](/assets/img/blank.png)
Quando Joseph Lynskey foi empurrado para os trilhos do metro em Nova Iorque, a 31 de dezembro, soube imediatamente que estava a ser vítima de um ato aleatório cometido por pessoas com transtornos mentais que deixam os nova-iorquinos em alerta. Milagrosamente, sobreviveu para contar a história.
Apesar da crescente preocupação entre os passageiros do metro de Nova Iorque, "nunca pensas que algo assim pode acontecer contigo", disse Lynskey à AFP, após recuperar-se de uma fratura no crânio, quatro costelas partidas e uma rutura no baço.
"Foi tão rápido que tudo o que pensei foi: 'fui empurrado, vou ser atingido pelo metro e vou morrer'".
Lynskey, de 45 anos, é — embora ainda não tenha conseguido usar o metro novamente — um dos 4 milhões de utilizadores diários do metro de Nova Iorque, o maior e mais movimentado do país, com 472 estações e mais de mil quilómetros de trilhos, aberto dia e noite.
O produtor musical teve a sorte de ter caído entre os trilhos, a poucos centímetros do trilho de alta tensão que alimenta os vagões, e ter sido socorrido minutos depois por bombeiros de uma estação próxima, polícias e funcionários da MTA, a empresa que gere o metro de Nova Iorque.
Um homem de 23 anos com antecedentes criminais e problemas de saúde mental foi preso após o ataque.
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26 pessoas caíram nos trilhos em 2024
Em 2024, 26 pessoas caíram nos trilhos do metro (uma delas perdeu a vida), nove a mais que no ano anterior, segundo a Polícia de Nova Nova Iorque.
Outros casos, como o de um jovem com transtornos mentais que foi dominado e asfixiado em 2023 por um ex-militar e o de uma mulher que morreu queimada num vagão, após ter sido atacada por um homem, fizeram soar os alarmes.
No início do ano, autoridades de Nova Iorque anunciaram uma queda de 5,4% nos crimes e infrações no metro, em comparação com 2023. Mas o número de mortes, 12 em 2024, duplicou.
O próprio presidente da MTA, Janno Lieber, reconheceu recentemente que, embora as estatísticas tenham melhorado no geral, "esses incidentes são realmente assustadores".
Marissa Keary, 24 anos, disse à AFP que "intensificou" os cuidados. "Quando apanho o metro e tenho de esperar, encosto as costas à parede e também fico perto de outra mulher. Fico ao lado de pessoas que não parecem ameaçadoras", explicou.
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Necessidade de modernização
Decadente e sujo, o sistema de metro da capital financeira dos EUA e meca turística de 8 milhões de habitantes, perdeu 1,5 milhões de passageiros diários desde a pandemia, mas continua a ser o meio de transporte mais rápido.
Em meados de janeiro, as autoridades anunciaram reforços policiais nas estações e vagões, mais recursos públicos e melhores políticas de saúde mental. Também começaram a instalar barreiras nas plataformas para proteger os passageiros e milhares de câmaras de segurança.
Com uma dívida de 46,8 mil milhões de dólares e uma necessidade de financiamento de 65,4 mil milhões para ser renovado entre 2025 e 2029, os administradores do metro estão confiantes de que o presidente Donald Trump não revogará a taxa de 9 dólares sobre os carros que circulam em Manhattan, em vigor desde janeiro, que será utilizada para modernizar o sistema de transporte.
Enquanto isso, o presidente da MTA espera convencer o Legislativo estadual a aprovar receitas adicionais para evitar o colapso do metro de Nova Iorque.
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