A intervenção incide sobre a “cobertura e as fachadas do edifício mais emblemático do Património Mundial da UC”, afirmou hoje aquela instituição de ensino superior, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa. O SAPO Viagens confirmou que não estão previstos, para já, quaisquer condicionamentos às visitas do público.

A obra é promovida no âmbito da estratégia de preservação, beneficiação e salvaguarda do património histórico edificado da Universidade de Coimbra, que tem implicado, desde 2020, o lançamento de várias obras de recuperação e conservação dos edifícios do Paço das Escolas.

Os trabalhos na Biblioteca Joanina abrangem a reabilitação de cobertura, fachadas, com exceção da fachada principal, que foi recentemente intervencionada, e ainda caixilharias do edifício.

A recuperação da cobertura, que inclui reforços estruturais pontuais nas entregas das linhas nas paredes de alvenaria e nos frechais, visa “reforçar e proteger no extradorso do teto pintado, no sentido de conferir maior estabilidade ao conjunto”.

Nas fachadas, a ideia é recuperar o reboco, substituindo apenas a massa de esboço por outra de características mais compatíveis com as paredes de alvenaria de pedra, mantendo a cor branca.

“A eliminação de zonas de reboco em desagregação, fissuras e fraturas contribuirá para a proteção da parede de alvenaria e para a preservação do interior do edifício”, referiu a UC na mesma nota.

Nas caixilharias vão ser feitas reparações e substituições, sempre que necessário, com o mesmo tipo de materiais, com controle de estabilização higrométrico.

A empreitada deverá ficar concluída no primeiro trimestre de 2024 e será complementada com intervenções de melhoria do circuito elétrico e das condições de acessibilidade ao edifício.

A UC deu ainda nota de que, durante esta obra, como em outras empreitadas recentes no Paço das Escolas, será instalada uma cobertura provisória, para proteção suplementar do edificado.

“Ter a cargo um bem como a Biblioteca Joanina é uma grande honra, mas também uma imensa responsabilidade a que procuramos sempre dar resposta da melhor forma. Isso implica investir permanentemente na reabilitação e conservação do edifício, como fazemos na empreitada agora lançada e em outras iniciativas de preservação do espaço e do seu espólio que continuaremos a promover”, concluiu o reitor da UC, Amílcar Falcão.

Construída ente 1717 e 1728 (embora só tenha recebido os primeiros livros em 1750), a Casa da Livraria, “obra-prima do Barroco”, foi “edificada sob o patrocínio de D. João V, adotando a designação de Biblioteca Joanina em homenagem ao seu patrono”, refere a UC, na sua página na Internet.

Edificada de modo a “exaltar o monarca e a riqueza do império, nomeadamente da provinda do Brasil, esta biblioteca é, para além de uma esplendorosa combinação de materiais exóticos, um verdadeiro cofre forte de livros”, afirma a Universidade.

“Dotada de exemplares das mais raras coleções bibliográficas, a Biblioteca Joanina apresenta um acervo de coleções dos séculos XVI, XVII e XVIII, que representam o que de melhor se produzia na Europa culta do seu tempo”, acrescenta.