
Após duas décadas de planeamento, o GEM será totalmente inaugurado no dia 3 de julho, após uma inauguração parcial em outubro.
A tão esperada abertura ocorre após anos de atrasos devido à instabilidade política, crises económicas e à pandemia de COVID-19.
Ahmed Ghoneim, diretor do museu, disse que a inauguração poderia durar vários dias, com celebrações que se estenderiam para lá do museu e das pirâmides, abrangendo locais em todo o Egito e até mesmo no exterior.
"Será uma demonstração espetacular do potencial histórico e turístico do Egito", disse Ghoneim à ON TV do Egito.
O presidente Abdel Fatah al Sisi convidou o presidente dos EUA, Donald Trump, e o rei Felipe VI da Espanha para participar na cerimónia.
"Este (...) é o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização, a civilização faraónica", partilhou no passado mês de dezembro.
Com 50 hectares, o GEM tem o dobro do tamanho do Louvre, em Paris, e do Metropolitan, em Nova Iorque, e duas vezes e meia o tamanho do Museu Britânico, conforme o diretor do espaço histórico e cultural.

Mergulhando na história
"A paisagem do Egito contribuiu para esta rica civilização e queríamos refletir isso no design", partilhou Roisin Heneghan, cofundadora da Heneghan Peng Architects, de Dublin, que desenhou o museu.
Uma estátua de 11 metros de Ramesses II dá as boas-vindas aos visitantes, conduzindo-os a uma grande escadaria ladeada por estátuas de faraós, deuses e sarcófagos, culminando numa janela que enquadra as pirâmides.
Atualmente, 12 galerias exibem cerca de 15.000 objetos organizados de forma cronológica, desde os tempos pré-históricos até ao período greco-romano.
Mesmo antes da abertura oficial, o museu surpreendeu os primeiros visitantes.
"A iluminação é impressionante. É imersiva e acaba-se por se ser atraído por tudo o que está ao redor", disse à AFP Philippa Hunt, uma turista do Reino Unido.
O visitante sul-africano Leon Wolmarans observou que o GEM é uma melhoria significativa em relação ao antigo museu. "Está melhor organizado e iluminado. A arquitetura é impressionante", comentou.

Impulso para a economia
Mais de 5.000 objetos de Tutancâmon foram transferidos para o GEM e, a sua coleção completa, incluindo o sarcófago, a famosa máscara de ouro, e os restos mortais embalsamados das filhas, será apresentada na abertura oficial.
O GEM também vai exibir o barco de cedro de 44 metros de comprimento, enterrado perto da Grande Pirâmide por volta de 2.500 a.C.
Outra embarcação, ainda em fase de restauro, vai oferecer uma experiência imersiva, permitindo que os visitantes observem o trabalho dos conservadores nos próximos três anos.
Com tecnologia de ponta, como realidade virtual e exposições interativas, o GEM promete uma nova maneira de contar a história, trazendo-a à vida para as gerações mais jovens.
O site indica que os preços de entrada começam em 200 libras egípcias (aproximadamente 3,6 euros na quotação atual) para os adultos locais e 1.200 libras egípcias (21,83 euros na cotação atual) para estrangeiros.
Além da arqueologia, o GEM é fundamental para os esforços do Egito para revitalizar uma economia atingida pela inflação e pela dívida.
Com a recuperação do turismo após a pandemia de COVID-19, espera-se que o GEM atraia cinco milhões de visitantes todos os anos, somando ao recorde de 15,7 milhões de turistas de 2024.
Elhamy al Zayat, ex-presidente da Federação Egípcia de Turismo, observou que a proximidade do museu com o recém-inaugurado Aeroporto Internacional Sphinx, as pirâmides e um número crescente de hotéis vai mudar completamente o setor de turismo do Egito.
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