O ano de 2022 foi o mais quente já registado na França, com uma temperatura média de 14,5°C, confirmada esta sexta-feira pela agência meteorológica Météo-France, que considerou este dado um “sintoma da mudança climática”.

"2022 está em primeiro lugar" desde o início das medições em 1900 e "muito à frente de 2020, que até agora ostentava o recorde anterior" na França continental, com 14,07°C, acrescentou o serviço meteorológico.

A França sofreu três ondas de calor no verão passado: entre 15 e 19 de junho, entre 12 e 25 de julho e entre 31 de julho e 13 de agosto, o que significa 33 dias de calor acumulado.

"Todos os meses do ano foram mais quentes que o normal, exceto os meses de janeiro e abril", disse a Météo France numa mensagem publicada na sua página oficial. Mesmo no último dia 31 de dezembro, no inverno boreal, foi o último dia do ano mais quente desde 1947.

As ondas de calor são mais frequentes nos últimos anos. Dos dez anos mais quentes desde o início do século XX, oito ocorreram depois de 2010, apesar dos esforços em curso para limitar a mudança climática.

Os seus efeitos são cada vez mais claros no quotidiano dos europeus, incluindo secas e falta de água, mesmo no inverno.

Em 2022, a França terá registado um "défice pluviométrico recorde" de cerca de 25% desde o início das medições em 1959.

A Terra ficou mais de 1,1°C mais quente, em média, desde a Revolução Industrial no final do século XIX. Cerca de metade desse aumento ocorreu nos últimos 30 anos, de acordo com um relatório divulgado em novembro pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).

No Reino Unido, o serviço meteorológico britânico Met anunciou, na quinta-feira, que 2022 foi o ano mais quente já registado no país, com uma temperatura média de 10,03°C. Esses registos começaram em 1884. Desde então, os dez anos mais quentes aconteceram a partir de 2003.