Um novo estudo da Deloitte Global sobre transformação urbana identifica 12 tendências que marcam o futuro das cidades no caminho para se tornarem sustentáveis, resilientes e prósperas num cenário pós- COVID.
O estudo “Urban Future with a Purpose: 12 tendências que marcam o futuro das cidades até 2030” identifica como as cidades podem utilizar essas tendências como guia para se reconstruirem, aproveitando a tecnologia e a inovação como ferramentas para o alcançar.
A pesquisa foi realizada com recurso a 15 entrevistas a especialistas de diversas áreas, incluindo líderes de cidades em várias regiões do globo, líderes de organizações internacionais, instituições de políticas públicas, urbanistas e investigadores. De entre os municípios portugueses destaca-se a participação de Cascais e Porto.
Embora a pandemia tenha tido um severo impacto na vida urbana – desde o distanciamento social e períodos de confinamento até às economias locais - as cidades continuam bem posicionadas para responder à crise e definir as regras para restaurar comunidades vivas e humanizadas.
O estudo da Deloitte Global defende que, através do seu capital humano, infraestruturas e potencial de crescimento, os centros urbanos poderão impulsionar a mudança necessária para criar uma sociedade do futuro mais verde, digital e inclusiva.
A discussão com investigadores, decisores políticos, responsáveis de organizações internacionais, empresas tecnológicas e líderes de cidades permitiu chegar às 12 tendências que incluem:
1. Planeamento verde de espaços públicos. As cidades estão a ser planeadas e desenhadas para as pessoas, com ruas “verdes” e espaços públicos como centros de sociabilidade.
2. Cidades dos 15 minutos. Os urbanistas tendem a projetar bairros onde a maioria dos serviços se encontre a cerca de 15 minutos de distância a pé ou de bicicleta.
3. Serviços e planeamento inclusivos. Os governos locais procuram abordagens e serviços inclusivos, que garantam participação, acesso a habitação e igualdade de oportunidades a todos os cidadãos.
4. Comunidades de saúde inteligentes. As cidades estão a desenvolver ecossistemas de saúde que não se concentram apenas no diagnóstico e tratamento de doenças, mas também no apoio ao bem-estar através de intervenção e prevenção precoces.
5. Mobilidade: inteligente, sustentável e “as-a-service”. Com mais espaços para caminhadas e mais ciclovias, as cidades estão a trabalhar para oferecer mobilidade digital, limpa, inteligente, autónoma e intermodal. 6. Ecossistemas de inovação digital. As cidades atraem talento, estimulam a criatividade e o pensamento disruptivo, e desenvolvem-se beneficiando de ecossistemas de inovação.
7. Economia circular e produção local. As cidades estão a adotar modelos circulares baseados numa circulação saudável de recursos e nos princípios de partilha, reutilização e restauro.
8. Participação em massa. Centradas no cidadão e desenhadas por e para eles, as cidades promovem a participação em massa (de academia, empresas e associações) e de forma colaborativa.
9. Cibersegurança e consciência da privacidade. Para lidar com os crescentes riscos cibernéticos e questões de privacidade, as cidades estão a criar estratégias e políticas robustas de cibersegurança.
10. Edifícios e infraestrutura inteligentes e sustentáveis. Ao alavancar as tecnologias digitais, as cidades podem usar dados para otimizar o consumo de energia e o uso de recursos em edifícios e infraestruturas.
11. Inteligência artificial aplicada às operações da cidade. Utilizando a inteligência artificial, as infraestruturas tecnológicas podem apoiar as cidades na automação de operações, criando eficiências, resolvendo problemas e oferecendo melhores serviços.
12. Inteligência artificial aplicada à vigilância e policiamento preditivo. As cidades têm como objetivo tirar partido cuidadosamente da tecnologia para garantir a segurança pública, tendo em atenção o respeito pelas liberdades dos cidadãos.
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