"Anuncio a declaração de uma nova reserva marinha em Galápagos", disse Lasso, durante a reunião de líderes mundiais na cúpula climática da ONU, COP26, destacando que a reserva, estabelecida em 1998, com cerca de 130.000 km2, será expandida em 60.000 km2.

A reserva crescerá ao norte até os limites com a Costa Rica sobre a cordilheira subaquática de Los Cocos - que começa no arquipélago e se estende até o México.

Segundo Lasso, "contempla 30.000 quilómetros de zona de produção pesqueira e 30.000 quilómetros de zona de não exclusão de pesca de espinhel até o noroeste" do arquipélago.

"Vamos trabalhar com países irmãos: Colômbia, Panamá e Costa Rica. Será criado um corredor que ligará nossas águas e formará um corredor biológico seguro", informou.

Dívida por conservação

O presidente equatoriano propôs a troca da dívida externa do país pela preservação do arquipélago.

“Esta decisão do Equador fará com que propostas financeiras sejam feitas para trocar a dívida pela conservação”, disse o presidente.

O Equador, com 17,7 milhões de habitantes, enfrenta uma crise económica agravada pela COVID-19 com uma dívida externa de quase 46 mil milhões de dólares (45% do PIB).

"Estimamos que será a maior quantidade de troca de dívida que já foi realizada no mundo", acrescentou Lasso.

Do total do passivo equatoriano, 15,6% correspondem a outros países, como Inglaterra, Espanha, Estados Unidos, entre outros, segundo o Banco Central.

Lasso qualificou Galápagos, declarado Património Natural da Humanidade, de um "tesouro nacional que deve ser protegido por sua inestimável riqueza natural para o planeta".

Galápagos, que leva o nome das gigantescas tartarugas endémicas que habitam aquele arquipélago, fica a mil quilómetros da costa do Equador, no Pacífico Sul, e inspirou a teoria da evolução das espécies do inglês Charles Darwin.

Laboratório vivo

A área protegida de Galápagos, onde a pesca industrial é proibida, é a segunda maior do mundo com 133.000 km2. Mais de 2.900 espécies marinhas existentes foram registadas lá.

Conta, ainda, com o Parque Nacional de Galápagos (PNG), que tem uma área de 8.000 km2 e é considerado pelos especialistas como o arquipélago de origem vulcânica em melhor estado de conservação do mundo.

O presidente equatoriano insistiu em que “a nova reserva marinha também servirá como um laboratório vivo para a pesquisa científica que tanto contribui para o progresso do mundo”.

Insistiu em que "nossa reserva marinha também servirá como laboratório vivo para as pesquisas científicas que tanto contribuem para o progresso do mundo".

O Equador, que segundo Lasso é o país mais megadiverso do mundo com 9,2 espécies por quilómetro quadrado, criou em março de 2016 um santuário de 38.000 km2 dentro da reserva marinha de Galápagos para proteger o tubarão-martelo.