A suspensão do serviço ferroviário deveu-se a uma paralisação de 24 horas convocada pela Frente de Defesa dos Interesses de Machu Picchu, uma associação de comerciantes da povoação mais próxima da joia do turismo peruano. O principal acesso à cidadela por via férrea parte de Cusco, antiga capital do império inca, a cerca de 110 quilómetros.
O protesto em Machu Picchu, que antes se chamava Aguas Calientes, teve como principal reivindicação o aumento do número de bilhetes para entrar na cidadela inca colocados à venda na delegação local do ministério da Cultura.
Os operadores de turismo justificam os protestos com os prejuízos causados pela pandemia de covid-19, que levou ao encerramento da cidadela durante oito meses em 2020. "Esta paralisação é um puxão de orelhas no governo para que nos dê atenção", disse David Moreno, presidente da Frente que convocou a paralisação, à rádio Exitosa.
A paralisação envolveu o encerramento de locais de comércio e o cancelamento de excursões pela povoação, segundo os organizadores.
O comboio chega à povoação e dali os visitantes tomam um pequeno autocarro que sobe até a cidadela inca por uma estrada montanhosa e estreita com 2.430 metros de extensão.
Os problemas para entrar em Machu Picchu remontam a 27 de julho, quando os bilhetes disponíveis esgotaram, e se formou um protesto com centenas de turistas e comerciantes, que bloqueou temporariamente a via ferroviária.
A maioria dos ingressos é vendida pela internet e outra parte, de forma presencial.
A famosa cidadela de pedra foi construída no século XV pelo imperador inca Pachacutec e, em 1983, declarada património da humanidade pela Unesco. Desde então, a agência da ONU exige que o Peru cumpra uma série de requisitos para preservar o local.
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