A prenda, concebida a “quatro mãos” pelas empresárias Delfina Marques e Maria Hortense Canelas, vai “viajar” até ao Vaticano para, no dia 19 deste mês, ser entregue ao papa, antes da sua deslocação a Fátima, em maio.
“Queremos que tenha o simbolismo de um presente de boas-vindas” para que o papa, “antes de chegar a Portugal”, possa “receber no Vaticano, na sua casa, uma oferta de boas-vindas do Alentejo”, realça à agência Lusa Delfina Marques, mentora da Capote’s Emotion, de Évora.
O capote tem “assinatura” da empresa de Delfina, que reinventou o capote alentejano, substituindo o tradicional burel por materiais mais leves. De corte longo, quase até aos pés, para Francisco é feita em lã de Merino, com a gola em branco e o corpo em bege, com um forro de cetim da mesma cor.
À frente e atrás, o capote ostenta motivos bordados em tela com ponto de Arraiolos, da autoria da Fábrica de Tapetes Hortense, sediada naquele concelho alentejano e que, já em 2015, tinha oferecido a Francisco um Tapete de Arraiolos, com a réplica de um desenho persa de finais do século XVIII.
“O que eu fiz para este capote foram dois motivos principais do tapete que foi oferecido ao papa”, ambos “símbolos católicos”, conta à Lusa Hortense Canelas, que bordou uma taça, para a parte da frente, e, nas costas, a haste principal da sua 1.ª obra para o pontífice.
A visita de Francisco a Fátima foi a grande inspiração para este trabalho, assumem as empresárias, que consideram tratar-se de uma peça “única” e pensada para alguém “especial”.
“É uma peça única e de trabalho artesanal resultante dos nossos dois saberes” e “a pensar unicamente no papa Francisco”, afiança Delfina, corroborada por Hortense: “Somos duas mulheres empreendedoras” e o objetivo é “tentar levar um pouco mais do nosso Alentejo outra vez ao papa, porque é um papa especial”.
As empresárias têm “vários contactos diretos no Vaticano” e estão a procurar oferecer diretamente ao papa esta criação. Vão estar presentes na audiência geral de dia 19, em plena Praça de São Pedro, mas “sonham” mais alto.
“Queríamos mesmo era que fosse ele, pessoalmente”, a receber o capote e que “tivéssemos dois minutos da vida dele para nós. E eu sonho com isso e pode acontecer”, diz Hortense, em jeito de desejo.
Mas, “se não acontecerem esses dois minutos só com ele”, ressalva, “vão acontecer na Praça de São Pedro, que é um momento lindo, um momento único, um momento de paz”.
E, como os “sonhos” não têm limites, “ouro sobre azul” seria, com a ajuda de S. Pedro, o papa envergar o capote alentejano na deslocação a Portugal.
“Isso era o ideal. Pode ser que, em maio, o S. Pedro ajude e que venha fresco”, afirma Delfina, entre risos, apesar de Hortense ser mais realista: “Se calhar, vamos ter um pouquinho de calor em Portugal para ele o trazer, mas [espero] que um dia o vejamos na televisão com o nosso capote”.
Francisco será o 4.º papa a visitar Fátima, a 12 e 13 de maio, e vai presidir ao centenário das “aparições” na Cova da Iria.
Os anteriores papas a visitar o santuário da Cova da Iria foram Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991, 2000) e Bento XVI (2010).
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