Cerca de 1,3 mil milhões de turistas viajaram para o exterior no ano passado, em comparação com 900 milhões em 2022, e 450 milhões, em 2021, informa a Organização Mundial do Turismo (OMT), com sede em Madrid, num comunicado.

O número do ano passado equivale a 88% do nível de 2019, antes da pandemia, ano em que 1,46 mil milhões de turistas viajaram pelo mundo, o que foi um recorde.

A recuperação do ano passado deveu-se a um forte impulso no Oriente Médio, onde as chegadas de turistas ultrapassaram o nível de 2019 em 22%, mas também no continente americano, onde atingiram 90% do nível de 2019.

Embora a OMT não tenha apresentado números específicos, faz notar que as sub-regiões da América Central e Caribe também ultrapassaram, em 2023, os níveis anteriores à emergência sanitária.

Na Europa, principal destino turístico do mundo, a atividade atingiu 94% do seu nível pré-pandemia.

"Os dados mais recentes da OMT destacam a resiliência e a rápida recuperação do turismo", celebrou o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, no comunicado.

"Esta recuperação já está a ter um forte impacto nas economias, no emprego, no crescimento e nas oportunidades para as comunidades em todo o mundo", observou.

Otimismo controlado

Uma estimativa preliminar divulgada pela OMT indica que as receitas geradas pelo turismo internacional atingiram 1,4 mil milhões de dólares em 2023. A contribuição económica do turismo, incluindo o tráfego aéreo, chegou a 3% do PIB global.

Esta tão aguardada recuperação deve continuar nos próximos meses. Segundo a agência da ONU, este ano, as chegadas de turistas devem superar o nível de 2019 em 2%, marcando um novo recorde.

De acordo com a OMT, a atividade beneficiará do aumento do turismo na China, graças à flexibilidade do regime de vistos para muitos países, incluindo França, Alemanha e Itália, e às viagens de cidadãos chineses para outras partes do mundo.

A recuperação do turismo chinês deve beneficiar a Espanha, o segundo destino mundial no ano passado com 84 milhões de turistas recebidos, um número inédito, conforme o governo.

"Estamos no caminho certo para que continuemos assim em 2024", afirmou o ministro espanhol do Turismo, Jordi Hereu, em entrevista coletiva.

A previsão poderá ser afetada, no entanto, pelas "turbulências económicas e geopolíticas", especialmente no Oriente Médio, onde o turismo deverá ser afetado pelas consequências do conflito entre Israel e o Hamas, afirmou a OMT.

"A inflação persistente, as taxas de juro elevadas, os preços voláteis do petróleo e as perturbações no comércio poderão continuar impactando nos custos de transporte e alojamento em 2024", advertiu.

Nesse contexto, os turistas poderão preferir visitar "destinos mais próximos", acrescentou a OMT.