A cerimónia está marcada para 27 de fevereiro no Palácio de Congressos NAU Salgados, em Albufeira, com um jantar para 500 convidados, anunciou Nuno Ferreira numa conferência de imprensa realizada na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em Faro.
Esta será a primeira vez que o Guia Michelin tem uma edição exclusiva para Portugal, sendo que desde 2009 cada edição era apresentada numa cerimónia ibérica, quase sempre numa cidade espanhola, à exceção de 2018, ano em que Lisboa acolheu o evento. Em 2022 a cidade escolhida foi Toledo, em Espanha.
“A decisão que tomámos em apresentar a seleção do Guia Michelin na edição de 2024 em Portugal é porque acreditamos no potencial de desenvolvimento da atual do panorama gastronómico português e queremos contribuir para posicionar Portugal também internacionalmente”, referiu Nuno Ferreira.
Para o representante, juntar as valências da região do Algarve, uma “referência” do litoral português, ao reconhecimento internacional do Guia Michelin “é uma receita que apura o posicionamento da identidade gastronómica do Algarve como geradora de destino e valor económico”.
Durante a sessão, o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, salientou que a gastronomia é o segundo fator mais elogiado pelos turistas que visitam o país, logo após a simpatia dos portugueses, o que obriga a um “trabalho intenso” para manter esse reconhecimento.
“Nos últimos quatro anos, o volume de pesquisas sobre gastronomia portuguesa aumentou 26%. E já é hora de deixarmos de ser conhecidos só depois da visita e passarmos a ser a razão da escolha”, considerou.
Segundo Luís Araújo, a parceria com o Guia Michelin “vai ajudar a posicionar a gastronomia portuguesa: a tradicional e, principalmente, a inovadora, num outro patamar e numa outra dimensão”.
De acordo com o responsável, o Turismo de Portugal tem reservada uma verba de 700 mil exclusivamente para investir no setor da gastronomia, durante este ano e o próximo.
Na ocasião, foram também apresentados os chefs coordenadores do evento: Rui Silvestre, do restaurante Vistas, em Vila Real de Santo António, com uma estrela Michelin, e Dieter Koschina, do restaurante Vila joia, em Albufeira, com duas estrelas Michelin.
Rui Silvestre disse esperar que a realização da gala no Algarve seja “um motor de arranque” para que mais eventos gastronómicos aconteçam na região, não apenas no verão, mas ao longo de todo o ano, “de forma a impulsionar a economia regional”.
Por seu turno, o presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes, aproveitou para classificar como justa a escolha da região para realizar a gala, defendendo que não é “alheia ao que o Algarve tem feito em torno da alta cozinha e também pelas suas tradições e produtos”, assim como à dinâmica da sua restauração.
Na edição deste ano, Portugal manteve todas as distinções anteriores, acumulando um total de 31 restaurantes com uma estrela (‘cozinha de grande nível, compensa parar’) e sete com duas estrelas (‘cozinha excelente, vale a pena o desvio’). Entraram para o guia cinco novos restaurantes com uma estrela.
Nenhum restaurante português tem a distinção máxima (três estrelas, ‘uma cozinha única, justifica a viagem’).
O guia de 2023 reúne um total de 1.401 restaurantes em Espanha, Portugal e Andorra, incluindo 13 com três estrelas, 41 com duas estrelas e 235 com uma estrela, além de 831 recomendados pela sua qualidade (135 novos, 15 em Portugal).
Criado no início do século XX para ajudar os viajantes nas suas deslocações, o Guia Michelin é hoje considerado uma referência mundial na qualificação de restaurantes, estando presente em 40 países. Portugal entrou no roteiro em 1910.
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