A gastronomia local de um país é parte integrante da sua cultura. Os pratos típicos e os alimentos regionais caracterizam um povo e o seu quotidiano.

A primeira refeição

Já dizia o ditado: “de manhã come como um rei (…)”. Colocando em prática este ditado, um bom cabo-verdiano não dispensa pela manhã uma cachupa refogada com ovo e linguiça e uma caneca de café com leite, ainda por cima se for fim-de-semana ou depois de uma boa festa. O pão é outro elemento sempre presente, só com manteiga ou com um ovo. Um cuscuz com queijo também é uma iguaria típica.

Fora de casa

Se há coisa que um bom crioulo não dispensa é comer na rua. As vendedoras ambulantes andam de balaio à cabeça a vender de tudo um pouco: pasteis, rissóis, fresquinhas, torresmas, carne assada. Muitos estudantes lancham fora dos estabelecimentos à base destes petiscos, nem sempre os mais saudáveis.

A bendita fruta

A fruta é outro elemento que faz parte do cardápio. A banana, rica em ferro, é quase sempre presente em cima da mesa crioula. A papaia e a manga são muito apreciadas por estas paragens. É frequente fazerem-se sumos e batidos com as frutas. Há também a calabaceira, azedinha e a tambarina. Na Ilha do Fogo é produzida uva típica.

O senhor frango

É barato e rápido de se fazer. O frango e a galinha são presenças obrigatórias no cardápio nacional. Feitos de várias formas e feitios, há quem prefira “corado” (frito), na brasa (churrasco), na canja, estufado com legumes ou com arroz.

O feijão é rei

Rico em ferro e fonte de energia, o feijão é um ingrediente que não falta no prato de um bom cabo-verdiano. Feijão pedra, fava, congo verde, feijão preto, sapatinha, “bongolon”, enfim, é feijão que nunca mais acaba. Este produto é cultivado localmente, mas também chega já seco de outras paragens. A acompanhar o feijão, um bom arroz branco, claro.

O nosso peixe

Rodeado pelo mar, o arquipélago é rico em variedade de peixe. O atum, a cavalinha, a garoupa, o goraz entre tantos outros. Há quem prefira fritá-lo, fazer panado, cozinhá-lo com legumes, mas nada como um bom caldo de peixe à moda da terra.

O milho como base

Ingrediente base na gastronomia nacional, o milho é consumido de várias formas. Assado, cozido, triturado em forma de farinha. Serve para fazer cuscuz, pastéis, xerém, papa, ingrediente base da cachupa. É usado igualmente como acompanhamento. Em Cabo Verde, produzem-se, atualmente, toneladas deste cereal.

Os doces

Se há coisa que o crioulo gosta é de "kuzas doci" (coisas doces). Doces variados feitos de mancarra (amendoim), leite, papaia e coco. Pudins também de leite, de coco e de queijo de café. Bolos com ingredientes como banana e laranja. Os “donetes” fritos com açúcar ou calda por cima. Ou um simples cuscuz com mel, que não falta em dias de festa.

Os fritos

Apesar do seu consumo em excesso favorecer o aumento do colesterol, entre outros aspectos negativos, o óleo é muito consumido em Cabo Verde. O crioulo adora um bom pastel, mandioca ou batata frita. A torresma é também um petisco rico em gordura. Outros alimentos como o frango e o peixe são consumidos, muitas vezes, fritos.

Os grelhados

Qual o cabo-verdiano que não gosta de um peixinho grelhado, uma barriga de atum, por exemplo? O peixe é, cada vez mais, feito desta forma a nível local, principalmente em restaurantes que servem também para turistas. A carne de vaca grelhada também é consumida por estas paragens.

Os legumes e verduras

Quando há chuva, a terra cobre-se de verde e oferece o sustento para as pessoas que dela vivem. Os legumes e vegetais compõem o cardápio nacional. Se há chuva são consumidos com maior frequência, se não chove, a produção é escassa e só minorias conseguem comprar. O tomate, a abóbora, a cenoura, a batata, a cebola, a mandioca, entre outros, são ingredientes que, raramente, faltam à mesa crioula.

Artigo escrito por Cristina Morais