"O projeto surgiu porque sentia falta, em Lisboa, de um restaurante africano completo. Existem alguns, claro, mas sempre específicos, como moçambicano, cabo verdiano ou angolano. Eu amo e frequento todos, mas queria um sítio onde pudesse consumir de tudo um pouco, reunir os melhores pratos africanos num só lugar. Além do menu, todo criado com essa base por mim, também conto com um projeto chamado Diáspora Fridays, onde convido, uma vez por mês, um chef de diáspora africana, de países diferentes, para cozinhar comigo. Eles trazem os seus pratos, pensamos juntos, e criamos um menu em três passos para que o cliente viva a experiência África por completo. Nós utilizamos a gastronomia para contar história e isso é a melhor parte: levamos cultura através da comida”, conta a Sofia.
A casa, que acaba de completar um ano, tem um espaço pequeno e acolhedor, escolhido por Sofia com o intuito de trazer aconchego, vivência e conseguir atender cada cliente como se este estivesse na sua própria casa.
O menu – exato e consistente - é uma viagem, sem sair da cadeira, através dos sabores que correm das entradas, passando pelos principais até às sobremesas. Com base numa cozinha criativa, o menu é todo pensado e elaborado com pratos regados de cultura e história. Para começar, nas entradas com Crioula Style, existem o Pastel de Milho com recheio de atum (5€) e a Mandioca frita com molho caseiro de amendoim (9€).
Entre os principais, há os famosos da casa que não podem faltar no seu pedido. São eles a Tábua de Picanha (24,50€), com o corte uruguaio servido, no ponto escolhido pelo cliente, acompanhado por arroz preparado com temperos africanos, assim como feijão preto, farofa e batatas fritas caseiras. Já as Costelas de Borrego Grelhadas (21,50€), são preparadas à moda West African, com batatas fritas caseiras, arroz negro marinado em gengibre e molhos caseiros de BBQ e Moamba. Há ainda a Tábua Felicidade (80€/4 pessoas) que, como o próprio nome já diz, traz felicidade a cada garfada. A Tábua é composta por uma junção das Costelas de Borrego Grelhadas, Picanha e Black Angus que chega à mesa acompanhada dos molhos BBQ, Moamba, Maionese – todos preparados na própria casa – com uma porção de batatas fritas caseiras, arroz branco e feijão preto. Outro prato muito pedido é o Mutchi (23,50€), um risoto com molho de moamba e camarões secos.
Para adoçar a experiência, a Banana flambada no mel com calda de chocolate e canela (8,50€) e o clássico Petit Gateau de Chocolate (8,50€). Se quiser levar um pouco da experiência Sofia’s Place para sua casa, não deixe de comprar o Sofia Hot Sauce (16,50€). O molho, com receita exclusiva da chef, é um must entre aqueles que frequentam a casa e ganhou o seu espaço próprio na carta. Feito com malagueta, uma das mais picantes da África, está disponível em três cores: vermelho, amarelo e verde. A versão verde é preparada com scotch bonnet, devido a cor.
Com a chegada das estações mais quentes, Sofia também traz novidades para o menu. Entre elas está um principal, o Camarão à moda de Moçambique com camarões grelhados, arroz jasmim temperados à moda africana e salada com molho de leite de coco. A Corvina à moda de Cabo Verde com molho de leite de coco, batata doce, banana verde e cenouras. Já nas entradas, um prato clássico e bem conhecido, diferente da preparação Europeia, a Moreia frita de Cabo Verde, que conta com o peixe importado diretamente de Cabo Verde, por um pequeno produtor e parceiro da chef. O Calulu é outro prato que agrega sabor ao menu, junto com as temperaturas mais quentes.
Sobre a chef
Nascida e criada em Lisboa, Ana Sofia Lopes tem raízes africanas, mais precisamente em Cabo Verde. Na Europa viveu durante três anos na Alemanha, algum tempo em Zurich, onde teve um negócio voltado para o ramo da beleza durante 11 anos. O projeto, Sofia’s Place, surgiu com o desejo da chef de reunir comidas de diversos países africanos num só lugar e, através da gastronomia, poder levar cultura, conhecimento e sabores que muitos ainda não conhecem a várias pessoas. Com uma equipa solidificada, que acreditam na sua visão e vestem a camisola, o sítio completou um ano no último dia 17 de março e é um sucesso entre turistas e residentes.
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