Dia 1

Descubra o centro da cidade

Comece na Praça do Giraldo, a principal praça e epicentro da cidade velha. Está bem preservada e mantém a mesma disposição que apresentava no início do século XV. Preste atenção aos arcos, à fonte barroca e à bonita Igreja de Santo Antão.

Aproveite para se sentar na esplanada do Café Arcada e experimentar uma das especialidades locais: as queijadas de Évora.

Praça do Giraldo
Praça do Giraldo créditos: Travellight

Da Praça do Giraldo siga para nordeste, em direção ao Largo Conde de Vila Flor. Aqui vai encontrar o Templo Romano, popularmente conhecido como Templo de Diana — o maior ex-líbris da cidade.

Este monumento data do século I e as suas ruínas são consideradas as mais bem preservadas ruínas romanas da Península Ibérica.

Admire as belas colunas coríntias, descanse num dos bancos do Jardim Diana, que fica logo ao lado do templo, e depois siga para a Basílica Sé de Nossa Senhora da Assunção, a Sé Catedral de Évora.

Templo Romano
Templo Romano créditos: Travellight

A Sé é um bom exemplo da transição do estilo românico para o gótico e impressiona pela sua grandiosidade. Aprecie o coro alto, as majestosas naves, o batistério, o arco da Capela de Nossa Senhora da Piedade e a capela-mor. Para ter a melhor vista da cidade não deixe de subir até ao terraço.

A Catedral inclui um Museu de Arte Sacra com um rico espólio nas áreas da indumentária eclesiástica, pintura, escultura e joalharia que também merece uma visita. Este museu encontra-se no antigo Colégio dos Moços do Coro da Sé, num edifício contíguo à catedral.

Sé Catedral de Évora
Sé Catedral de Évora créditos: Unsplash

A próxima paragem deve ser no Paço de São Miguel (outrora Palácio dos Condes de Basto), um deslumbrante conjunto de edifícios classificado como Monumento Nacional desde 1922. Encontra-se parcialmente integrado na cerca romana e medieval, ou seja, nas muralhas de Évora. A entrada fica logo atrás da Catedral, praticamente pegada com as traseiras da Biblioteca. O portão leva-nos até ao bonito Pátio de São Miguel, um lugar calmo e muito agradável.

Pode almoçar na esplanada da Cafetaria Páteo de São Miguel enquanto admira a arquitetura ancestral do Paço e as vistas da cidade; ou na Enoteca Cartuxa que evoca o ambiente informal de uma taberna, trazendo-o para a contemporaneidade. O melhor de tudo?  Todo o portefólio vínico da Adega Cartuxa está à sua disposição e pode ser harmonizado com os pratos da cozinha regional, atualizada e reinventada.

Na loja da Enoteca podemos ainda encontrar azeites do Lagar Cartuxa e uma seleção de produtos gourmet da região.

Durante a tarde, visite o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, localizado no Antigo Paço do Arcebispo de Évora. Conserva notáveis coleções de pintura, escultura, arqueologia, ourivesaria, mobiliário e artes decorativas. De entre as obras expostas destaca-se o grande retábulo flamengo da Vida da Virgem, proveniente da antiga capela-mor da Sé.

O centro histórico de Évora localiza-se dentro das muralhas da cidade, por isso termine a tarde com um passeio pela cerca medieval. A distância total das muralhas é de cerca de 4 km, pelo que pode optar por caminhar apenas por uma das secções ou ver todas e aproveitar para apreciar a vista e os detalhes arquitetónicos.

As Muralhas de Évora apresentam uma grande variedade de estilos, marcados por várias alterações e restauros levados a cabo em diferentes épocas por diferentes povos, como os romanos, os visigodos, os mouros e os portugueses medievais.

Évora
Pôr do sol em Évora créditos: Pixabay

Chegada a noite escolha um dos belos hotéis de Évora para se hospedar, como o Convento do Espinheiro Hotel & SPA e jante no seu Restaurante Divinus, ou fique no Hotel Mar’D Ar Aqueduto ou no Ecork Hotel (um pouco mais longe do centro). Boas opções de estadia não faltam.

Dia 2

Siga o Aqueduto, conheça a Capela dos Ossos e Deguste bons vinhos

Comece o segundo dia bem cedo, a seguir os caminhos do Aqueduto da Água de Prata, Monumento Nacional desde 1910.

O Aqueduto da Água de Prata de Évora é, pelo seu tamanho, um dos monumentos mais extraordinários da cidade e na sua mais recente intervenção foi criado um percurso ambiental que acompanha o aqueduto por 8,3 km e passa por campos e quintas. Pode fazer o percurso a pé ou de bicicleta e aproveitar para respirar o ar puro alentejano.

Quem quiser fazer um percurso mais curto, basta seguir o Aqueduto da Água de Prata a partir da Porta da Lagoa (estrada R114-4 Évora-Arraiolos), ponto em que se entra no centro histórico de Évora e se consegue ver como o casario da cidade se integrou bem com esta construção do século XVI, principalmente na Rua do Cano.

Aqueduto da Água de Prata de Évora
Aqueduto da Água de Prata de Évora créditos: Travellight

Não perca o aqueduto de vista. Veja até onde ele vai dar…

Chegada a hora do almoço dirija-se até à Rua de Burgos, nº 10. Vai encontrar aqui o Restaurante Origens, um dos melhores restaurantes de Évora.

Restaurante Origens
Restaurante Origens créditos: Travellight

Na parte da tarde siga até uma das atrações mais famosas e estranhas da cidade: a Capela dos Ossos!

Ossos humanos cobrem cada centímetro quadrado desta capela, decorando-a do chão ao teto. Diz-se que esta apresentação macabra aconteceu porque, durante o século XVI, os cemitérios de Évora estavam tão sobrelotados que não sobrava espaço para enterrar novos corpos e por isso, para libertar espaço, a cidade exumou cerca de 5 mil corpos. Os ossos desses corpos exumados acabaram por ser cuidadosamente arrumados e expostos dentro da Capela, revestindo paredes, colunas, arcos e até o altar.

Uma inscrição acima da entrada diz: “Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”. Um lembrete aos vivos de como é temporária a passagem pela Terra…

Capela dos Ossos de Évora
Capela dos Ossos de Évora créditos: andarilho.pt

A Capela dos Ossos fica dentro da Igreja de São Francisco, que também merece uma visita. Aqui pode apreciar arte sacra e alguns belos azulejos. O museu no segundo andar abriga uma coleção muito interessante de presépios de Portugal e de todo o mundo.

Junto à Capela dos Ossos encontram-se os agradáveis Jardins Públicos de Évora (à direita da Porta do Raimundo). O Palácio D. Manuel, com seus arcos e varandas construídas no século XVI, pode ser considerado o destaque destes jardins, perfeitos para relaxar e descansar um pouco.

Termine o dia com uma prova de vinhos, saindo das muralhas da cidade e seguindo até à Adega Cartuxa, um  edifício secular, cercado por vinha, que foi a casa de repouso dos Jesuítas (Companhia de Jesus), que lecionaram na Universidade de Évora nos séculos XVI e XVII.

Conheça este edifício repleto de história, desfrute da envolvência única da Quinta de Valbom, acompanhe a evolução técnica da produção de vinho e termine em grande com uma das 4 provas de vinho que estão à sua disposição e que, por um valor extra, podem ser acompanhadas por enchidos, queijos e compotas da região.

Dia 3

Descubra os arredores de Évora

Se tiver tempo, não deixe de explorar os arredores da cidade. Passe por vila de Redondo, uma vila a cerca de 35 km de Évora, que de acordo com a tradição popular está ligada ao título lendário de «Penedo Redondo», um penedo que existia na muralha medieval original.

Foi outrora um ponto obrigatório de escala para viajantes de Évora, Vila Viçosa e Alandroal. Por isso, seguindo o costume antigo, passem por lá e deleitem-se com os seus vinhos, azeites, mel, enchidos e olarias.

Vila de Redondo
Vila de Redondo créditos: Visit Alentejo

Em Redondo há muita História e muitos lugares dignos de nota. É o caso da Cerca Militar mandada construir pelo Rei D. Dinis, classificada como Monumento Nacional e mais tarde como Zona Especial de Proteção; o Castelo de Redondo; o Miradouro do Cume da Serra D’Ossa; o Museu Regional do Vinho de Redondo e o Museu do Barro.

O Pelourinho e as Igrejas da Matriz, da Misericórdia, do Calvário e de Nossa Senhora da Saúde também merecem atenção.

Por alturas do verão, ganham vida as “Ruas Floridas”, uma tradição do século XIX que os redondenses mantém viva até hoje, decorando as ruas da vila com milhares de flores feitas em papel colorido.

O Redondo encontra-se envolvido pela imensa planície alentejana e pela deslumbrante beleza da Serra D’Ossa, por isso uma visita à vila é um bom pretexto para explorar também a imponente serra e toda a sua extraordinária beleza natural.

Passadiços na Serra d’Ossa
Passadiços na Serra d’Ossa créditos: Rádio Campanário

Percorra os Passadiços da Serra d'Ossa — um percurso de 7,7 quilómetros (ida e volta) que liga a Aldeia da Serra D’Ossa à Ermida de Nossa Senhora do Monte da Virgem e inclui 400 degraus — ou atreva-se a fazer o Percurso  “Fantástica Serra D’Ossa”, que se for percorrido na íntegra leva cerca de 7 horas a concluir. É uma caminhada difícil com altos e baixos, que exige uma boa preparação física, mas as vistas do topo das colinas fazem valer a pena o esforço.

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