Qual é o seu maior sonho enquanto viajante? Para muitos, a resposta poderá ser: visitar todos os países do mundo. Mas já parou para fazer as contas?
Mesmo o número de quantas nações existem não é consensual. Varia entre os 193 a 206, dependendo de quem faz as contas. O mais utilizado vem da Organização das Nações Unidas (ONU) que conta 195 países – 193 fazem parte da ONU e dois são observadores, sendo estes dois o Vaticano e a Palestina.
Pode ver aqui a lista completa e começar a fazer planos de quanto tempo vai precisar para conseguir visitar todos estes países. Há quem os tenha percorrido em 18 meses, há quem não tenha nenhuma vontade de o fazer durante a vida. As duas opções são igualmente válidas.
Mas será que este feito enquanto viajante ainda faz sentido nos dias que correm? E, afinal, o que é isso de já ter visitado um país? Posso dizer que conheço os Estados Unidos por ter estado em Nova Iorque? Ou posso riscar a Rússia da minha lista por ter visitado Moscovo? E os milhares de turistas que vêm a Lisboa, podem dizer que conhecem Portugal?
Obviamente, não. Conhecer um país não se pode resumir a ter pisado a sua capital ou uma das suas principais cidades. Conhecer um país é algo que exige uma viagem mais longa ou muitos regressos até, de facto, sermos capazes de sentirmo-nos quase em casa quando lá chegamos. E isso, sejamos sinceros, é bem difícil de acontecer.
Ainda bem que muitos viajantes dizem que o número de quantos países visitam tem cada vez menos peso no seu currículo – veja-se o exemplo dos nossos Viajantes do Mês. Valorizam as experiências e os encontros que tiveram em cada viagem, e o que retiraram daí.
Os números são frios e contam pouco quando falamos de viagens. Já as marcas que cada uma delas nos deixa na alma é que deveriam ser contabilizadas. Quantas memórias ficaram? Quantas serão as histórias que vamos contar aos nossos netos? Na era das viagens rápidas e low cost isso nem sempre é levado em conta pelos viajantes, o que não deixa de ser uma pena.
Para concluir, nada contra o ato de contar países, ter um mapa em casa e ir riscando por onde já se passou. Mas será que, no fim das contas, isso conta para alguma coisa?
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