Quando abriu em 1989, o Alambique de Ouro era apenas um restaurante à beira da estrada. Evoluiu com o tempo para um hotel familiar, depois para um resort e agora para um hotel spa. A expansão contínua do projeto talvez explique o aspeto de “manta de retalhos” com que agora nos deparamos ao percorrer esta unidade hoteleira: há áreas antigas, áreas muito modernas e diferentes estilos de decoração.
Assumidamente um hotel familiar, no Alambique as crianças estão sempre presentes e isso, obviamente, não é mau, mas pode ser uma surpresa para quem vai desavisado.
Fiquei hospedada na época das férias da Páscoa e logo no check-in, a fila longa, deixava antever que a taxa de ocupação estava alta, e que o hotel tinha sido o destino escolhido por muitas famílias.
Fiquei num quarto que (aparentemente) tinha sido renovado, com uma bonita casa de banho e uma decoração contemporânea, porém um olhar mais atento mostrava muitas falhas. A pior de todas foi a cabeceira da cama, com rasgões, escondidos atrás das almofadas…
O complexo hoteleiro é, de facto, enorme, tem várias piscinas exteriores e claro o “maior spa do país”. Essa era a principal razão pela qual eu ali estava e foi para lá que fui, assim que cheguei.
O novo Golden Rock Alambique Water Spa impressiona: 3 pisos, um ginásio completo, várias piscinas e jacuzzis, cascatas, jardins artificiais, hamman, gruta sensorial com sauna, banho turco, fonte de gelo, cabines de neve, e ainda tanque e duches de contraste. São realmente muitos os equipamentos de que o visitante pode usufruir. O que falta infelizmente é o ambiente calmo e tranquilo que habitualmente associamos a um spa.
Com as espreguiçadeiras todas ocupadas e crianças a gritar e pular por todo o lado, o Goden Rock lembra mais um parque aquático do que um oásis de paz. Rapidamente somos recordados de que este é um hotel para famílias e que para este segmento, o espaço é perfeito. Já para quem procura relaxar, a experiência pode ser um tanto ou quanto dececionante.
Mas atenção, isto não quer dizer que não seja divertido experimentar todas as atrações do spa ou que seja impossível encontrar um cantinho mais calmo dentro de um espaço tão grande — apenas temos de reajustar a expectativa e escolher o melhor horário para o que pretendemos.
À tarde, o spa é muito concorrido e a lotação está no máximo, mas de manhã cedo, na primeira hora a seguir ao horário de abertura, é possível encontrar um ambiente mais calmo.
O Restaurante Alambique de Ouro que deu origem ao hotel ainda lá está e é a escolha óbvia para jantar. É engraçado vir de um lobby de design totalmente moderno, atravessar uma porta interior, como quem atravessa um portal do tempo, e entrar num restaurante antigo, completamente tradicional.
A ementa é composta por uma série de pratos típicos regionais, servidos em doses bastante generosas, mas de fraca qualidade, principalmente para os preços cobrados.
O serviço também não ajuda — sempre apressado a despachar o cliente e pouco informado (não souberam sequer dizer o que estava a ser servido num dos pratos das entradas…).
O pequeno-almoço foi melhor, com uma boa variedade de produtos, incluindo ovos, queijos, frutas, bolos, croissants, iogurtes, doces, etc. Tudo servido em buffet.
No geral a minha experiência no Alambique Hotel Resort & Spa não foi má, mas também esteve longe de ser perfeita, talvez por ir com outra expectativa.
Achei o hotel mais adequado para famílias com crianças pequenas, pois não há duvida que pais e filhos se podem divertir muito aqui, tanto no inverno, nas piscinas do spa, como no verão, nas piscinas exteriores. Mas não será a melhor opção para casais sem filhos à procura de uma escapadinha romântica ou viajantes individuais à procura de um fim de semana relaxado, com foco em wellness & Spa.
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