A Basílica de Santa Quitéria destaca-se pela fachada imponente. Tem duas torres sineiras muito grandes. No interior descobrimos trabalhos delicados em mármore, madeira e telas com pinturas.
Com a ajuda do padre Pedro Fernandes, Reitor da Basílica de Meca, temos uma noção mais concreta da arte sacra.
“As pinturas são no presbitério. Na nave estão relacionadas com o Martírio de Santa Quitéria. Na cúpula estão pintados os “quatro evangelistas”. No cruzeiro está a pregação de S. João Batista e por cima do sacrário está a Última Ceia.
Também na parte de cima do cruzeiro está uma bula papal que concede aos que entram aqui como se estivessem na Igreja Mãe, na Basílica de João de Latrão.
Falei com o padre Pedro Fernandes após um casamento. É uma cerimónia que se realiza com frequência na igreja e percebe-se bem porque os noivos preferem a beleza deste lugar.
Além das pinturas de Pedro Alexandre, destaca-se o teto em madeira forrado de tela com tons rosa, verde e dourado e várias ilustrações.
Este cenário acrescenta sensibilidade e refinamento ao gosto de quem decorou a Basílica sem o recurso à tradicional talha dourada.
Os noivos e os padrinhos de casamento, no final da cerimónia, têm ainda a sorte de visitarem a sacristia.
É fascinante devido à grande quantidade de pinturas, nomeadamente no teto. Apesar da riqueza decorativa e de arte sacra, a Basílica de Santa Quitéria precisa de obras de restauro, em particular no teto, onde algumas telas caíram. O órgão também há algumas décadas que deixou de funcionar. “É idêntico ao da Basílica da Estrela em Lisboa, só não tem trompetes.
É do organeiro António Xavier Machado e Cerveira, tem o número 82 e a peça é de 1816. Há mais de 60 ou 70 anos que não toca. Há cerca de 10 anos que o tento reparar mas não consigo verba para isso. O restauro custa mais de 100 mil euros.”A Basílica também precisa de ser restaurada e está classificada como Imóvel de Interesse Público.
Muitos dos materiais da Basílica de Meca ainda são os originais e remontam a 1799, conforme está escrito numa placa na fachada da igreja, o ano da conclusão das obras pela Confraria de Santa Quitéria.
“Reza a história que em 1238 Santa Quitéria apareceu aos pastores a cerca de 500 metros, na Quinta de S. Brás. Passado algum tempo construíram uma capela e instituíram uma confraria que era a maior e a mais rica de Portugal devido ao elevado número de doações a Santa Quitéria em muitas regiões do país. Com o terramoto de 1755 a capela desabou. A confraria, com o apoio de D. Maria I, decidiu construir esta Basílica”.
Talvez por influência de D. Maria, que também patrocinou a Basílica da Estrela, em Lisboa, “a de Meca é uma réplica em miniatura da Estrela. Os traços são iguais.” A Basílica está aberta para visitação aos fins de semana mas como é a igreja paroquial de Meca é provável que encontra a porta aberta mais vezes.
Santa Quitéria tem a festa anual em maio (este ano é a 23 de Maio). A santa era considerada protetora do gado e ainda hoje, na romaria anual, pastores levam os animais para o adro da igreja. O gado está enfeitado para ser abençoado enquanto dá três voltas ao trono circular de pedra com cruzeiro que está no meio do largo e de frente para a entrada principal da Basílica.
Nos restantes dias a estrutura de pedra funciona como rotunda. Alguns dos materiais utilizados na construção da capela foram retirados de uma pedreira próxima de Meca e referenciada como chaminé vulcânica. O lugar chama-se Cabeço de Meca ou Cabeço de Santa Quitéria e no inverno forma uma lagoa.
Sobre a Basílica de Meca pode encontrar mais elementos aqui
Vamos casar a Meca? Na Basílica de Santa Quitéria faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
Comentários