A capela está assente num penedo com uma dezena de metros de altura. A vista da porta de entrada do templo não dá essa ideia, mas quando vamos ao varandim, na parte de trás, percebemos a altura do precipício.
Ou então, quando contornamos a rocha e paramos junto a um ribeiro que atravessa as formações graníticas.
No fundo da encosta o penedo parece esmagador e a capela assente num equilíbrio divino.
Próximo da entrada era o lugar da feira tradicional e que está na origem do milagre. “Há 60 anos tive a oportunidade de conhecer aquele lugar maravilhoso. Foi no dia da feira anual, uma feira de bois.
Disseram-me que havia uma capelinha que era muito linda e que levavam lá os bois quando estavam doentes. Contaram-me a história do milagre, que foi uma junta de bois que se espantou e foram para a pedra. As pessoas ficaram preocupadas porque se caíssem daquela pedra não ia sobrar nada.
Ficava só o chocalho. Eles caíram daquela barreira, de alguns metros de altura, e os animais não tiveram ferimentos, um arranhão, não tiveram nada.
Em homenagem a esse acontecimento que consideraram um milagre, mandaram construir a capela.” A descrição é de Silvina Dias que há seis décadas foi com o pai à feira vender uma junta de bois e nunca mais se esqueceu da lenda e da colocação da igreja em cima do penedo.
Agora já não se faz a feira e a capela também perdeu algum esplendor. Temos de espreitar pela janela porque a porta está fechada. Mas, mesmo assim, foi assaltada há cinco anos e levaram figuras de santos.
A fazer fé na lenda, o milagre teria ocorrido um pouco antes de 1840, a data inscrita na frontaria da capela.
O difícil equilíbrio da Capela Santo Antão no cimo de um penedo faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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