A praia do Norte é um must para quem gosta de desportos náuticos.
O vento e a ondulação são propícias para surf, windsurf e bodyboard. São muitos os que diariamente procuram esta agitação marítima e é também palco de várias competições internacionais.
A projecção internacional da Praia do Norte ocorreu com Garrett McNamara ao surfar a maior onda de sempre. A repercussão foi impressionante e isso explica o aumento do número de visitantes. Funcionou, de facto, como um canhão promocional.
A Praia da Vila tem um extenso areal e uma vida completamente diferente.
É verdade que também já foi agitada, com numerosos piratas. Só no séc. XIX a população se fixou junto à costa. Comunidades de pescadores que durante décadas viviam com o “coração nas mãos” devido à ondulação perigosa e ao facto de não haver um porto de abrigo.
Há quatro décadas que visito a praia e restam ainda alguns vestígios da vila piscatória.
Dos barcos e pescadores sentados no areal a tratar das redes, os estendais de peixe a secar ao sol, as mulheres com canastas cheias de pescado... Eram estes os postais ilustrados muito procurados por estrangeiros.
Os nacionais preferiam a praia. Muitas famílias da zona Centro vinham para aqui. Havia até alguma rivalidade com a Figueira da Foz.
As praias da Nazaré eram muito recomendadas devido ao iodo. Dizia-se “a água é fria mas faz bem porque tem muito iodo”. Além de fria, por vezes, tem uma corrente forte e por esse motivo há uma corda para quem quer ter maior segurança no meio da água.
O areal é enorme e não é muito difícil encontrar um local calmo.
Junto à encosta do Sítio, à falésia, há menos vento mas é onde se concentra mais gente. Outra atracção é a rebentação das ondas junto ao farol.
Passear, a molhar os pés na água, e ver ao longe a rebentação no extremo da escarpa provoca uma sensação de arrepio maior do que do frio da água.
O final da tarde é aproveitado por muita gente para longos passeios no areal.
À noite, o passeio é na marginal, onde se encontra uma grande variedade de restaurantes. No interior da vila, há ruas estreitas com uma arquitectura típica de uma comunidade piscatória, casas de dois a três pisos e quase todas pintadas de branco.
Um outro passeio interessante é no funicular que tem mais de um século e começou por ser movido a vapor. É propriedade da Câmara Municipal tem tido várias melhorias nos últimos anos, em 2016 transportou 900 mil passageiros e é o equipamento movido a cabo, em Portugal, que regista maior numero de utilizadores.
No Sítio, além da vista impressionante da vila e da enorme ondulação em direcção à Praia do Norte, há um vasto património edificado.
Muito é de cariz religioso, como é o caso da Ermida da Memória e do Santuário da Nazaré, com uma fachada que se destaca no largo principal.
Em direcção ao mar, no final da descida íngreme, mesmo no extremo da escarpa, está o farol, o Forte de S. Miguel Arcanjo. Desde 2014 está aberto ao público e é um dos lugares mais visitados na Nazaré.
Com a atracção das “ondas gigantes”, o Forte de S. Miguel Arcanjo passou a ser um farol para os amantes dos desportos náuticos e para quem procura compreender o fenómeno do “Canhão da Nazaré”.
O espaço tem várias salas e uma delas é o Mural do Surfista onde estão expostas pranchas oferecidas por atletas nacionais e internacionais que “surfaram as ondas gigantes” na Praia do Norte. O Forte de S. Miguel Arcanjo vai passar para a gestão da Câmara Municipal e, no próximo ano, arrancará um projecto de restauro e requalificação no valor de meio milhão de euros.
Por último, quem prefere um areal quase só para si ou prefere naturismo tem muito próximo a opção da praia do Salgado
O acesso por carro não é complicado e depois é escolher por entre os 6 km de comprimento do areal. Em 2017, mais uma vez, foi galardoada pela Quercus com “Qualidade de Ouro” à semelhança da praia da Vila, na Nazaré.
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