Vergílio Ferreira nasceu aqui e apesar de ter permanecido poucos anos as vivências em Melo são várias vezes pretexto para referências literárias.

Vergílio Ferreira
Evocação de Vergílio Ferreira em Melo créditos: Who Trips

O próprio escritor salientou a afeição à sua terra natal numa carta ao presidente da Câmara de Gouveia acrescentando que Melo moldou a sua sensibilidade.
Não é assim de estanhar que quisesse ser enterrado aqui e, a seu pedido, com o caixão virado para a Serra da Estrela.

Ao andarmos por Melo percebemos melhor esta ligação, em particular com a presença permanente da Serra no dia a dia da povoação.

Vergílio Ferreira
Museu Etnológico Melo créditos: Who Trips

A casa onde Vergílio Ferreira nasceu foi profundamente alterada. Fica próximo do largo com o pelourinho e a Casa da Câmara.

Vergílio Ferreira
Antiga escola primária créditos: Who Trips

A capela não está longe como também um solar que foi escola primária e por onde Vergílio terá passado.

Nesta altura, Melo tinha muita gente, serviços e algumas fábricas, conforme nos contou Luís Filipe, um habitante da aldeia, também ele com uma história curiosa porque criou aqui um Museu dedicado à carpintaria artesanal.

Vergílio Ferreira
Luis Filipe mostra dedicatória de filho de Vergilio no Museu Etnológica créditos: Who Trips

Luís Filipe não conheceu pessoalmente Vergílio Ferreira mas era vizinho dos pais e até se lembra de terem comprado um Taunus e, como o pai do escritor não conduzia, recorria com frequência a um familiar.

Os pais tinham entretanto emigrado para os Estados Unidos e Vergílio Ferreira ficou com duas tias durante alguns anos. Aos 12 anos de idade Vergílio Ferreira ingressou no Seminário do Fundão, tema de Manhã Submersa.

Vergílio Ferreira
Vila Josephine créditos: Who Trips

As tias e Vergílio viviam na Vila Josephine, uma derivação americanizada de Josefa, o nome da mãe.

Vergílio Ferreira
Escultura de Vergílio Ferreira em Melo créditos: Who Trips

Esta casa é também referida com frequência nas obras de Vergílio Ferreira e está em frente de uma praça muito grande onde estão duas esculturas dedicadas a Vergílio Ferreira, uma delas é uma estátua do escritor dirigido para a casa.

Vergílio Ferreira
Busto de Vergílio Ferreira em Gouveia créditos: Who Trips

O autor da Manhã Submersa morreu em 1996 e a Biblioteca de Gouveia, que tem o nome do escritor, criou um roteiro que passa por Melo.
Esta iniciativa já levou alguns milhares de visitantes à terra natal de Vergílio Ferreira.

Vergílio Ferreira
Museu Municipal Abel Manta em Gouveia créditos: Who Trips

Em Gouveia há uma outra referencia nas artes evocada pelo município. É o Museu Municipal Abel Manta que tem o espólio do pintor que nasceu em Gouveia em 1888.

Esta reportagem foi efectuada antes dos incêndios de Outubro que atingiram Melo.

Melo: a aldeia eterna de Vergílio Ferreira faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, Melo: a aldeia eterna de Vergílio Ferreira, pode ouvir aqui