A Bertrand, fundada em 1732, teve sua origem como um empreendimento familiar de origem francesa. Aquela que é a maior e mais antiga rede de livrarias de Portugal é descendente da livraria que Pedro Faure, um francês da pequena localidade de Monestier de Briançon (Altos Alpes) no Delfinado, instalou na Rua Direita do Loreto, em Lisboa, em 1732.

Depois das filhas de Pedro Faure casarem com dois irmãos, seus dois sócios - Madalena casou com João José Bertrand e Catarina com Martinho Bertrand - foi João José quem prosseguiu o negócio após a morte de Faure, na então designada Faure e Irmãos Bertrand.

A livraria enfrentou a devastação causada pelo terramoto de 1755, mas João José prosseguiu o negócio numa outra casa perto do Palácio das Necessidades até que, em 1773, conseguiu regressar ao Chiado, nos números 73 e 75 da Rua Garrett – localização que a Livraria Bertrand nunca mais mais abandonou.

Em 1933, a empresa passa a designar-se Livraria Bertrand S.A., designação que mantém até hoje. Em 2006, o Grupo Bertrand foi adquirido pelo gigante editorial alemão Bertelsmann, que detinha em Portugal o Círculo de Leitores. O grupo regressa a mãos portuguesas em 2010, quando a Porto Editora adquire grupo constituído pela Bertrand (Editora, Distribuidora e Livraria) e pelo Círculo de Leitores, renomeado Grupo BertrandCírculo.

Em 2011, foi oficialmente distinguida pelo Guiness Word Records como a livraria mais antiga do mundo ainda em funcionamento.

Assim que entramos na primeira sala, torna-se óbvio de imediato que a Bertrand não é uma livraria comum. À direita, uma placa destaca o “Cantinho de Aquilino”, em homenagem ao escritor Aquilino Ribeiro, que costumava refugiar-se ali em paz para a leitura. Alexandre Herculano também era um frequentador regular do estabelecimento, onde lançava os seus livros e participava nas discussões literárias diárias.

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Artigo originalmente publicado no blogue A Cachopa.