Por: Nuno Luís, fotógrafo

Encrostado no coração do Parque Natural Serra da Estrela, a 1420m de altitude e ladeado pelos seus irmãos Cântaro Magro e Cântaro Gordo, o Covão d'Ametade é revigorador para a alma e para os sentidos. Neste lugar bucólico, o silencio é ensurdecedor e a sua beleza é uma ode à mãe natureza. É onde o rio Zêzere nasce e a partir do qual dá vida e alma à paisagem serrana, serpenteando por entre vales e montanhas dando vida à sua fauna e flora.

O Outono é a estação do ano onde o Covão d'Ametade é particularmente belo. É nesta época do ano que a bétula, a árvore predominante, troca a sua pele. É tempo de despir o verde e engalanar-se com os amarelos, vermelhos e laranjas, fundindo-se num emaranhado único de cores, tal paleta de um pintor. Um regalo para o olhar. Um calmante para o espírito.

Há acasos raros da natureza que, de quando em vez, dão um colorido diferente ao já de si belo Outono serrano. Um nevão fora de época, proporciona momentos únicos, sobretudo nas quotas mais baixas da Serra da Estrela. Lentamente e de forma harmoniosa a neve caí, pincelando aqui e acolá a copa das árvores e a vegetação circundante com um branco cândido e imaculado. Cenário digno de um filme de fantasia, é o prenúncio de uma imaginação a transportar qualquer um para um conto de Tolkien, pejado de elfos e duendes a sair por detrás das árvores.

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